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Ministério de Gaza reporta falta de covas, pede apoio para funerais dignos

3 de julho de 2025, às 15h38

Amigos e parentes lamentam a morte de Marwan al-Sultan, diretor do Hospital Indonésio, com sete membros de sua família, após disparos israelenses a seu apartamento, na Cidade de Gaza, em 2 de julho de 2025 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

O Ministério de Recursos e Assuntos Religiosos da Faixa de Gaza emitiu um novo apelo humanitário urgente nesta quarta-feira (2), ao advertir que a maior parte do território carece até mesmo de covas aos mortos pelo genocídio.

Segundo o alerta, Israel não apenas ataca as populações civis, como mesmo cemitérios, além de impedir a entrada de materiais de construção e sepultamento.

Em nota oficial, a pasta reiterou que, desde a deflagração do genocídio, em outubro de 2023, Israel destruiu mais de 40 cemitérios, parcial e completamente.

Cemitérios sob áreas sob controle militar da ocupação seguem inacessíveis, de modo a reduzir o espaço disponível a enterros adequados e incorrer no acúmulo de corpos em hospitais, escolas, estradas e mesmo quintais de residências.

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A crise funerária, notou o ministério, se agrava com o cerco em curso, com a proibição de entrada de materiais básicos, como mortalhas, cimento e pedras funerárias. Como resultado, palestinos têm recorrido a barro, escombros e placas de zinco para enterrar seus mortos.

Segundo o informe, as condições impuseram também carestia no sepultamento, com o custo de preparação de um único túmulo chegando entre 700 e 1.000 shekels — entre US$200 e US$300 —, em meio à situação de miséria imposta às famílias.

Diante da piora nas condições, o ministério lançou uma campanha denominada Ikram (Honra ou Dignidade), para construir covas gratuitas que forneçam sepultamento digno aos mártires.

Neste sentido, para fins humanitários e religiosos, pediu novo apoio de nações árabes e islâmicas, agências internacionais e cidadãos de consciência.

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