O movimento palestino Hamas de fato derrotou o exército de Israel, que se vê como “o mais forte do Oriente Médio”, afirmou neste domingo (8) o general reformado e perito militar israelense Yitzhak Brik, ao admitir um “duro golpe” frente à resistência.
Em artigo publicado no jornal hebraico Maariv, intitulado “Levando Israel a um suicídio coletivo: Exército insiste em travar as guerras do passado”, Brik alertou que a “derrota” deve encorajar “inimigos” a atacar o Estado sionista.
“Tudo isso por conta de uma gente que se perdeu no caminho”, argumentou o general, ao responsabilizar o premiê Benjamin Netanyahu pelas baixas em Gaza.
De acordo com o ex-comandante de blindados, ex-chefe de treinamento e da ouvidoria das forças da ocupação, Netanyahu age por “questões pessoais e sobrevivência de seu governo … levando o povo de Israel a um suicídio coletivo”.
“O exército cometeu um erro estratégico quando investiu pesadamente na força aérea, sobretudo ao comprar aeronaves onerosas sob o pretexto de inimigos que continuam a se armar com drones e mísseis baratos, para os quais não temos resposta”, lamentou o general.
Apesar dos 600 dias de cerco e bombardeios a Gaza, Israel ainda registra baixas dentre suas fileiras, frente a núcleos esparos e orgânicos da resistência palestina que opera em condições de guerrilha.
No enclave, no entanto, as ações israelenses deixaram ao menos 55 mil mortos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, deferiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é também réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, desde janeiro de 2024.
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