A Universidade Erasmo de Roterdã (EUR), na Holanda, confirmou nesta quinta-feira (6) ter suspendido seus convênios com três universidades israelenses.
“Nossa instituição está congelando imediatamente suas parcerias com a Universidade Bar-Ilan, a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade de Haifa”, disse a EUR em comunicado.
Neste sentido, acrescentou a nota, o chamado Comitê Consultivo Independente sobre Colaborações Sensíveis, prosseguiu a nota, deve deliberar em breve sobre programas existentes e novas pesquisas.
“Nossas parcerias internacionais se baseiam na liberdade e diplomacia acadêmica. No entanto, há limites quando direitos humanos fundamentais estão em jogo”, reiterou a EUR. “Com base na investigação corrente, notamos risco altos demais de envolvimento indireto nas violações em curso”.
A instituição holandesa ressaltou relações das Universidades de Haifa e Jerusalém com o exército israelense, bem como “risco considerável” sobre a Bar-Ilan.
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“Para considerarmos uma colaboração futura, nosso Conselho Executivo requer dessas universidades que se distanciem na prática de seu envolvimento em abusos de direitos humanos, especialmente atividades de pesquisa nos territórios ocupados e cooperação com o exército israelense”, prosseguiu o comunicado.
A universidade reconheceu controvérsia, mas reafirmou solidariedade de seu conselho para com aqueles afetados pela crise em Gaza.
“Vemos que estudantes e professores, tanto de raízes judaicas e israelenses como pró-Palestina, nem sempre se sentem seguros para se expressar”, observou. “Isso nos afeta profundamente. Seguimos comprometidos com um campus seguro onde há lugar para o diálogo, a divergência e o respeito mútuo”.
Israel insiste em ignorar apelos crescentes internacionais por um cessar-fogo, com seu genocídio em curso há 600 dias. Estima-se 54.700 palestinos mortos, além de 125 mil feridos e 11 mil desaparecidos sob os escombros.
Agências humanitárias internacionais têm ecoado sucessivos alertas de fome em Gaza, com mais de dois milhões de habitantes, sob sítio absoluto imposto por Israel.
Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, também na Holanda, emitiu mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes em Gaza.
Israel é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — corte-irmã em Haia, que julga Estados — sob denúncia sul-africana deferida em janeiro do mesmo ano.
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