Um prisioneiro palestino sequestrado por forças de Israel em Gaza morreu em custódia da ocupação, elevando as mortes desde outubro de 2023 a ao menos 71 prisioneiros, reportaram nesta quarta-feira (4) a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos e a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros, em nota conjunta.
Mohammad Ibrahim Abu Habel, de 70 anos de idade, faleceu na infame penitenciária de Sde Teiman, no sul do território considerado Israel.
Abu Habel, pai de 11 filhos, foi abduzido por forças israelenses em 12 de novembro de 2024, em um checkpoint militar no norte de Gaza.
Não há detalhes sobre as circunstâncias de sua morte, mas os relatos apontam para um padrão de abusos nos campos de detenção israelense, incluindo agressão, tortura e até mesmo violência sexual.
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Dos 71 prisioneiros mortos no contexto do genocídio israelense, quarenta e cinco eram de Gaza.
Mais de dez mil palestinos permanecem encarcerados pela ocupação, entre os quais ao menos 39 mulheres e 400 menores de idade. Os índices, no entanto, excluem aqueles capturados em Gaza, cujos números estimam-se em milhares.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há 600 dias, com 54.600 mortos e dois milhões de desabrigados — em maioria, mulheres e crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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