Israel transformou centros de ajuda humanitária em armadilhas mortais em massa

6 meses ago

Warning: foreach() argument must be of type array|object, null given in /www/wwwroot/monitordooriente.com/wp-content/plugins/amp/includes/templates/class-amp-post-template.php on line 236

O Escritório de Imprensa do Governo de Gaza (GMO) acusou a ocupação israelense de converter centros de ajuda humanitária — estabelecidos por iniciativa dos EUA e de Israel — em locais de emboscadas mortais, chamando-os de “armadilhas mortais em massa” usadas para executar civis sob o pretexto de ajuda humanitária, informou o Centro de Informações Palestino.

Em apenas oito dias, 102 palestinos foram mortos e 490 ficaram feridos ao tentar acessar os novos centros de ajuda humanitária.

Em um comunicado divulgado hoje, o GMO descreveu o que chamou de “massacre repetido e deliberado” perto de um desses centros em Rafah. Segundo o relatório, as forças de ocupação israelenses abriram fogo contra civis que aguardavam ajuda, matando 27 e ferindo mais de 90.

O incidente faz parte do que o GMO descreveu como uma política mais ampla e sistemática. Desde 27 de maio, quando esses chamados centros de ajuda humanitária começaram a operar em Rafah e Wadi Gaza, eles têm sido alvo de repetidos ataques.

O GMO afirmou que esses centros são “operados pela ocupação israelense e por uma empresa de segurança americana” e não possuem qualquer supervisão humanitária independente.

LEIA: Mesmo sob aval israelense, comboios não cruzam a Gaza, alerta ONU

“Esses locais são nada menos que campos de extermínio. Civis, impelidos pela fome sob um cerco imposto, são atraídos para essas áreas e depois mortos a tiros a sangue frio. O projeto se disfarça de esforço humanitário, mas, na realidade, é uma ferramenta de genocídio realizada à vista de todos”, acrescentou o comunicado.

O GMO condenou o uso de alimentos como arma, classificando-o como uma violação direta do direito internacional humanitário. Atribuiu total responsabilidade por esses incidentes tanto à ocupação israelense quanto ao governo americano, que acusou de apoiar ativamente a operação — política e logisticamente.

Citando o Artigo 2 da Convenção sobre Genocídio de 1948, que afirma que os assassinatos nesses centros de ajuda humanitária atendem ao limite legal para genocídio, o GMO afirmou: “O uso deliberado de ajuda humanitária como arma para matar, fazer passar fome e deslocar civis equivale à destruição intencional de um povo”.

O GMO apelou às Nações Unidas, ao Conselho de Segurança e a organizações globais de direitos humanos para que interviessem com urgência. Entre suas demandas estão a abertura imediata de passagens oficiais — livres de interferência israelense — para a entrada de ajuda humanitária e a administração da distribuição de ajuda por meio de agências internacionais neutras.

O GMO também rejeitou a criação das chamadas “zonas-tampão” ou “corredores humanitários” estabelecidas pelo exército de ocupação israelense, chamando-as de “armadilhas de sangue projetadas para arrebanhar civis em zonas de extermínio em massa”.

Concluindo seus comentários, o GMO alertou para as consequências mortais do silêncio internacional contínuo, afirmando que essa inação equivale à cumplicidade e a um sinal verde para novas atrocidades.

“Os massacres contínuos, realizados em plena luz do dia e diante das câmeras do mundo, são uma mancha na consciência da humanidade”, dizia o comunicado. “Isso é genocídio — acontecendo ao vivo, sem responsabilização”, acrescentou.

LEIA:  Como a assistência humanitária se tornou instrumento para esvaziar Gaza

Sair da versão mobile