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Israel mata 27 palestinos em posto humanitário de Gaza, alertam paramédicos

4 de junho de 2025, às 12h33

Parentes velam mortos por disparos israelenses contra uma multidão no centro de distribuição humanitária de al-Alam, em Rafah, na Faixa de Gaza; os corpos foram transferidos ao Hospital Nasser de Khan Yunis, em 3 de junho de 2025 [Abdallah F.S. Alattar/Agência Anadolu]

Ao menos 27 palestinos foram mortos e dezenas feridos por disparos israelenses perto de um posto de distribuição de alimentos israelo-americano no sul de Gaza, alertaram autoridades locais, ao apontar para a mais recente chacina das forças ocupantes contra multidões de palestinos carentes.

As informações são da agência de notícias Reuters.

O exército israelense justificou o massacre desta segunda-feira (2) ao acusar as vítimas de deixarem rotas de acesso designadas, no centro de distribuição próximo a Rafah, no extremo sul do enclave sitiado.

Na semana passada, a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), ligada a firmas militares dos Estados Unidos, abriu seus primeiros centros de distribuição, em parceria com Israel, sob pretexto de aliviar a fome entre a população deslocada.

O plano, no entanto, ignora mecanismos e órgãos tradicionais, como as Nações Unidas, e emprega mercenários para distribuir alimentos, em detrimento de princípios básicos humanitários. Para especialistas, trata-se de um esforço de controle e deslocamento à força da população palestina, em coordenação com Israel.

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Postos de distribuição foram instalados exclusivamente no sul de Gaza, em localidades restritas, deixando civis no norte sem qualquer alento.

Desde então, registros de disparos de soldados israelenses e mercenários americanos contra as multidões à espera de comida em Rafah se tornaram comuns.

No domingo (1º), ao menos 31 palestinos foram mortos; dezenas, feridos. Na segunda, outros três foram baleados e mortos em outra localidade.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, afirmou-se “chocado”, ao pedir investigações.

Neste entremeio, o exército da ocupação israelense emitiu novas ordens de evacuação a residentes de diversos distritos de Khan Yunis, no sul de Gaza, rumo à área restrita de Mawasi — considerada um campo de concentração.

Para oficiais palestinos e internacionais, no entanto, não há área segura em Gaza, dado que Israel mantém bombardeios indiscriminados contra 2.3 milhões de pessoas — em maioria, sucessivamente deslocadas à força.

Segundo o Ministério da Saúde, as ordens buscam suspender as operações do Hospital Nasser de Khan Yunis, maior instalação médica ainda operante em Gaza.

Israel mantém seu genocídio contra Gaza apesar de repúdio internacional, com mais de 54 mil mortos, sobretudo mulheres e crianças, em 600 dias.

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