O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar duramente o governo israelense pelo genocídio na Faixa de Gaza. Durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (3), ele foi questionado sobre um comunicado da Embaixada de Israel no Brasil com críticas ao governo brasileiro e respondeu, reafirmando suas posições. Confira:
“O presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente da República reafirma o que disse. O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. É um exército matando mulheres e crianças. Possivelmente todas as pessoas de bom-senso no mundo, inclusive gente do povo de Israel, e vocês devem ter lido uma carta do ex-primeiro ministro de Israel, criticam que não é mais uma guerra, é um genocídio. Vocês já viram as cartas de militares falando que não é uma guerra, é um genocídio.
Vocês não podem, a pretexto de encontrar alguém, ficar matando mulheres e crianças, deixar crianças com fome. Não sei se vocês viram a cena de duas crianças que estavam carregando farinha, para comer, e que foram mortas. Ou seja, é exatamente por conta de que o povo judeu sofreu na sua história que o governo de Israel deveria ter bom-senso e humanismo no trato com o povo palestino.
Eles se comportam como se o povo palestino fosse cidadão de segunda classe. E nós temos dito há muito tempo. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer o Estado palestino, aqui na América do Sul, e volto a reafirmar: só haverá paz quando a gente tiver o conceito de que o palestino tem direito ao seu Estado, a terra demarcada, ao acordo feito em 1967, que o governo de Israel não quer deixar que seja cumprido. E todo dia manda atacar o território palestino, inclusive tentando atacar a Cijordânia para agredir produtores rurais palestinos.
É isso. E vem dizer que é anti-semitismo? Precisa parar com esse vitimismo e saber que o quê está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. E é a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra. É a decisão de um governo que nem o povo judeu quer. Então, não dá, como ser humano, não é nem como presidente da República do Brasil, é como ser humano, aceitar isso como se fosse uma guerra normal. Nao é!.”
Transcrição: Deborah Moreira
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