Operações militares israelenses impuseram risco de vida a ao menos 54 prisioneiros de guerra mantidos em Gaza, dos quais 20 foram mortos por ações da ocupação, reportou nesta sexta-feira (30) uma investigação do jornal Haaretz.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Segundo o relatório, em 600 dias de conflito, desde 7 de outubro de 2023, as ações de Israel, incluindo ataques aéreos indiscriminados a Gaza, resultaram em mortes diretas ou indiretas dos reféns; neste caso, supostamente por “execuções conduzidas por seus captores devido a atividades militares próximas a seus paradeiros”.
O movimento palestino Hamas, que encabeça a resistência nacional em Gaza, frente ao genocídio em curso, não comentou ainda as acusações do jornal.
Segundo o Haaretz, embora alguns ataques tenham sido evitados por proximidade aos reféns, o exército israelense ainda assim autoriza operações a “distâncias seguras”, em apenas algumas centenas de metros.
“Quanto mais ataques, maior o risco”, corroborou uma fonte.
Outra admitiu: “Se não informações [dos reféns], seguimos com os ataques”.
A reportagem contradiz alegações do exército de “precaução máxima” para proteger os prisioneiros de guerra ainda em custódia na Faixa de Gaza.
Israel mantém um genocídio como punição coletiva a uma operação transfronteiriça do Hamas em 7 de outubro de 2023, que capturou 250 colonos e soldados. Desde então, ao menos 54 mil palestinos foram mortos por Tel Aviv em Gaza.
Estimativas israelenses indicam 58 prisioneiros remanescentes no enclave, dos quais 20 ainda vivos. Em contrapartida, mais de dez mil palestinos permanecem nas cadeias da ocupação, sob tortura, fome e negligência médica.
A maioria carece de sequer acusação ou julgamento — reféns por definição.
A oposição israelense e famílias dos prisioneiros de guerra acusam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de procrastinar um acordo de troca de prisioneiros e prorrogar a guerra em causa própria, sob receio de queda de seu governo.
Netanyahu é foragido em 120 países, sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internaciona (TIJ), radicado em Haia, emitido em novembro, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.