O Marrocos deu as boas-vindas às Brigadas Golani, unidade israelense responsável por um massacre contra paramédicos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, com 15 mortos, incluindo trabalhadores da Organização das Nações Unidas (ONU).
A presença de Israel é parte dos exercícios militares denominados Leão Africano do ano vigente, encabeçados por Estados Unidos. Os exercícios contam com mais de 20 países, incluindo Estados árabes.
A presença do batalhão colonial israelense incitou indignação no Marrocos, sobretudo entre ativistas nas redes sociais.
Imagens viralizaram de soldados posando para foto no local do evento, com bandeiras de Israel e das Brigadas Golani.
Em nota, o Movimento Mujahideen da Palestina condenou o governo marroquino por receber as Brigadas Golani, ao denunciá-las como “nazistas” e considerar o ato como “indicativo do contínuo declínio moral e humanitário na normalização em curso com a entidade sionista”.
Rabat normalizou relações com Israel em 2020, ao fim do primeiro mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, em troca do reconhecimento da “soberania” marroquina sobre o território ocupado do Saara Ocidental.
No início de maio, a ONU reportou que 15 paramédicos e trabalhadores humanitários, incluindo oficiais da Cruz Vermelha, foram encontrados mortos em uma vala comum na cidade de Rafah, em uniforme e algemados, denotando execução sumária.
Suas ambulâncias foram descobertas destruídas e soterrados, em tentativa de encobrir os crimes. As Brigadas Golani foram responsabilizadas pela ação.
srael mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 53.500 mortos, 120 mil feridos, 11 mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Hospitais, escolas, abrigos e rotas de fuga não foram poupados.
As ações de Israel constituem genocídio, como investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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