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Novos ataques buscam ‘completa ocupação’ de Gaza, insistem ministros de Israel

6 de maio de 2025, às 12h02

Ataque militar israelense a Beit Lahia, no norte de Gaza, em 3 de maio de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]

O objetivo dos ataques reiterados de Israel a Gaza é “a completa ocupação” do enclave, insistiu nesta segunda-feira (5) o ministro da Cultura israelense, Miki Zohar, de acordo com informações da agência Anadolu.

“Ações como essa põem em perigo aqueles que permanecem em cativeiro”, admitiu o ministro. “Porém, não existe outra escolha”.

Para Zohar, os novos massacres devem persuadir o grupo palestino Hamas a libertar os prisioneiros de guerra remanescentes e se exilar de Gaza.

Na manhã de segunda, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou a aprovação unânime de um plano para expandir sua campanha militar em Gaza, em curso há 580 dias, e ocupar os territórios do enclave.

De sua parte, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, ressaltou que o exército não se retirará de Gaza. “Finalmente vamos ocupar Gaza”, disse Smotrich à televisão. “Vamos parar de ter medo da palavra ‘ocupação’”.

“Estamos tomando controle de toda a assistência humanitária”, acrescentou, “para que os suprimentos não caíam nas mãos do Hamas [sic]”.

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Segundo Smotrich, a população será deslocada ao sul do território, entre Rafah e Khan Yunis. Uma vez que comece a nova ofensiva, prosseguiu, “não haverá recuo ou retirada dos territórios conquistados [sic], nem mesmo em troca de reféns”.

Israel estima 59 prisioneiros de guerra ainda em Gaza, dentre os quais 24 vivos. 

Em contraste, ao menos 9.500 mil palestinos permanecem encarcerados por Israel, sob violações gravíssimas incluindo tortura, fome, negligência médica e estupro, de acordo com sucessivos relatórios de ongs palestinas, israelenses e internacionais.

Em Gaza, são mais de 52.400 mortos desde outubro de 2023 — na maioria, mulheres e crianças.

Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado de Israel é ainda é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — corte-irmã do TPI; ambas em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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