Os Emirados Árabes teriam implantado um avançado sistema de radar de fabricação israelense na região de Puntlândia, no nordeste da Somália, intensificando as preocupações com a crescente presença militar de Abu Dhabi no Chifre da África.
Informações de inteligência de código aberto e imagens aéreas confirmam que o radar multimissão ELM-2084 3D AESA — fabricado pela empresa de defesa israelense ELTA, subsidiária da Israel Aerospace Industries — foi instalado perto do Aeroporto de Bosaso, adjacente à Base Aérea de Bosaso, administrada pelos Emirados Árabes.
O radar, parte integrante do sistema Iron Dome do estado de ocupação, é capaz de detectar mísseis, drones e ameaças de artilharia. Fontes afirmam que os Emirados estão usando o sistema para monitorar lançamentos de mísseis balísticos e drones iemenitas em direção a alvos israelenses e rotas de navegação no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.
UAE Deploys Israeli-Made ELM-2084 Radar to Puntland Maritime HQ
Military journalists in Puntland report that the UAE has discreetly deployed an Israeli-made ELM-2084 3D AESA Multi-Mission Radar (MMR) with multi-beam operation capabilities to the Puntland Maritime Headquarters,… pic.twitter.com/iG1kaInaov
— Clash Report (@clashreport) April 14, 2025
As Forças Armadas Búlgaras observam que esse desenvolvimento faz parte de um acordo de segurança mais amplo entre Emirados Árabes e Israel, particularmente desde os Acordos de Abraham de 2020.
Abu Dhabi também se comprometeu a estabelecer uma base militar para Israel na Somalilândia até meados de 2024, supostamente oferecendo apoio ao reconhecimento internacional do estado separatista em troca da permissão para o posicionamento israelense perto do Estreito de Bab Al-Mandab.
A localização do radar em Puntlândia — em vez de território federal somali — destaca as tensões em curso entre a região semiautônoma e o governo central em Mogadíscio. As relações militares diretas dos Emirados com a liderança de Puntlândia alimentaram especulações de que o país pode estar apoiando a busca da região por maior autonomia.
Observadores alertam que essa medida ecoa táticas da época da Guerra Fria, em que potências estrangeiras apoiavam facções locais para garantir acesso a vias navegáveis estratégicas. O Golfo de Áden e o Mar Vermelho se tornaram pontos de conflito em meio à guerra em curso de Israel em Gaza e aos ataques de solidariedade retaliatórios das forças armadas alinhadas aos Houthis do Iêmen.
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