Mahmoud Khalil, ex-aluno da Universidade de Columbia e ativista palestino que enfrenta deportação após sua prisão no campus, apresentou provas que contestam as alegações do governo dos EUA, de acordo com uma reportagem da NBC.
No caso de deportação contra Khalil, o governo apresentou documentos extensos, mas sua equipe jurídica respondeu com provas como seu pedido de residência, cobertura da mídia e histórico profissional, destacando falhas nas alegações do governo, incluindo a dependência de fontes não verificadas de tabloides e cronogramas conflitantes, relatou a Agência Anadolu.
O governo Trump, que tem como alvo estudantes internacionais politicamente ativos, fez alegações variáveis contra Khalil, incluindo alegações de que ele mentiu em seu pedido de residência, uma acusação que pode levar à deportação.
Autoridades do governo acusaram Khalil de se envolver em “atividades alinhadas ao Hamas”, alegando que seu ativismo fazia com que estudantes judeus se sentissem inseguros e que sua presença “teria sérias consequências adversas para a política externa dos Estados Unidos”, embora nenhuma prova tenha sido apresentada.
Um juiz de imigração dos EUA decidiu na semana passada que Khalil pode ser deportado sob uma lei federal raramente utilizada, a critério do Secretário de Estado, Marco Rubio.
O advogado de Khalil apresentou provas, incluindo um artigo da CNN, para refutar as alegações de antissemitismo, citando sua declaração de que a libertação palestina e judaica está interligada e que o antissemitismo não tem lugar em seu movimento.
O memorando de Rubio, a principal prova do governo, argumentava que, embora as ações de Khalil possam ser legais, deixá-lo ficar prejudicaria os esforços para combater o antissemitismo e proteger os estudantes judeus de assédio e violência.
O caso do governo inclui o pedido de residência de Khalil de março de 2024, que lista seu cargo anterior na Embaixada Britânica em Beirute. O memorando alega que ele omitiu a continuidade de seu emprego após 2022, citando um perfil para a conferência da Sociedade para o Desenvolvimento Internacional de 2025 que afirmava erroneamente que ele ainda trabalha para a organização.
O governo britânico, no entanto, confirmou que ele não trabalhava lá há mais de dois anos. O contrato de Khalil terminou em dezembro de 2022, e a Sociedade para o Desenvolvimento Internacional (SDI) afirmou que ele não participaria da conferência de 2025, apesar de sua participação em 2020.
O governo acusou Khalil de não divulgar sua função em 2023 como “oficial de assuntos políticos” na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) e seu envolvimento com o Desinvestimento do Apartheid na Universidade de Columbia (CUAD), citando seu perfil no LinkedIn e artigos.
A UNRWA confirmou que Khalil concluiu um estágio não remunerado de seis meses, não um cargo efetivo, e que não há um cargo de “Oficial de Assuntos Políticos” na agência. A equipe jurídica de Khalil apresentou provas, incluindo cartas da UNRWA e da Universidade de Columbia, confirmando seu estágio e seus créditos acadêmicos.
O governo utilizou artigos dos jornais New York Post, Times of India e Washington Free Beacon para alegar que Khalil omitiu seu envolvimento com a CUAD em seu pedido de residência. Os artigos foram publicados após o envio do pedido. Um artigo do New York Post de março de 2025 acusou Khalil de liderar a CUAD.
Khalil atuou como negociador e porta-voz dos estudantes manifestantes de Columbia, incluindo a CUAD, dentro de uma coalizão maior de grupos, e seu advogado argumentou que a CUAD é uma coalizão, não uma organização com membros individuais, tornando as alegações infundadas.
O juiz deu a Khalil até 23 de abril para apresentar um recurso. Caso ele não cumpra o prazo, relatos indicam que uma ordem de deportação será emitida pelo juiz para deportá-lo para a Síria ou Argélia.