O exército israelense estabeleceu dois postos militares no topo do Monte Hermon (Jabal Al-Sheikh) nas Colinas de Golã Sírias ocupadas, informou a mídia israelense na quarta-feira.
De acordo com a Rádio do Exército Israelense, um dos postos é um local sírio abandonado que Israel ocupou. “Israel não deixará o Monte Hermon sírio até novo aviso”, acrescentou.
Um posto da ONU comandado por forças de paz do Nepal fica perto dos dois postos militares israelenses, mas a força da ONU não se envolve com o exército israelense, disse a emissora.
O Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, visitou a área e disse que o exército está preparado para ficar na Síria por um período de tempo “ilimitado”.
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“Nós manteremos a área de segurança em Hermon e garantiremos que toda a zona de segurança no sul da Síria esteja desmilitarizada e livre de armas e ameaças”, disse Katz, que alegou estar “protegendo a comunidade drusa” no sudoeste da Síria.
O ministro israelense também emitiu uma ameaça mal velada ao presidente interino sírio Ahmed Al-Sharaa, dizendo que “estamos aqui e em toda a área de segurança do sul da Síria, para proteger os moradores de Golã e Galileia contra qualquer uma de suas ameaças e as de seus amigos jihadistas”.
Após a queda do regime de Bashar Al-Assad em dezembro, Israel expandiu sua ocupação das Colinas de Golã sírias ao tomar a zona de amortecimento desmilitarizada, um movimento que violou o acordo de desligamento de 1974 com a Síria.
Israel também aproveitou a queda do regime sírio para lançar centenas de ataques aéreos que atingiram locais militares em toda a Síria, destruindo caças, sistemas de mísseis e instalações de defesa aérea, de acordo com relatos.
A rádio disse que o exército israelense detém uma área de até 15 quilômetros de profundidade dentro da Síria, onde cerca de 40.000 moradores sírios vivem na área desmilitarizada.
No domingo, Katz disse que Tel Aviv em breve permitirá que sírios da comunidade drusa entrem em Israel para trabalhar.
Israel ocupa as Colinas de Golã sírias desde a guerra de junho de 1967. Ele anexou o território em um movimento não reconhecido pela ONU ou pelo direito internacional.
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