Após visitas a parlamentares do PT e do Psol, que têm se manifestado contra a guerra em Gaza, o Fórum Latino-Palestino iniciou diálogos com o governo Lula pedindo iniciativas que ajudem a proteger o povo palestino da guerra genocida em curso em Gaza e, agora, na Cisjordânia. A situação, que já era gravíssima, tornou-se alarmante com as ameaças vindas do presidente dos EUA, Donald Trump.
A delegação do FLP realizou reuniões com o assessor especial do presidente, o ex-chanceler Celso Amorin e com a secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafort, além de outras autoridades do governo. Integraram a comitiva o presidente do FLP, Mohamad El-Kadri, seu diretor executivo Ahmed Hweidi e o diretor de comunicação Abdullah Omar que trataram dos últimos acontecimentos relacionados à questão palestina e apresentaram as atividades do fórum e os projetos planejados para os próximos meses.
Durante as reuniões, a delegação do fórum destacou a atual situação política e humanitária nos territórios palestinos ocupados, enfatizando a necessidade de fortalecer os esforços diplomáticos para apoiar os direitos do povo palestino nos diversos fóruns internacionais. Além disso, destacaram o papel fundamental da sociedade civil, das instituições políticas e de direitos humanos no Brasil e na América Latina na defesa da causa palestina e na luta contra tentativas de silenciá-la na agenda global.
Diplomacia e cooperação
Celso Amorim ouviu um relato detalhado sobre a situação atual na Palestina, as graves violações dos direitos humanos por Israel, o sofrimento dos palestinos sob bombardeios incessantes e o cerco imposto à Faixa de Gaza. Os representantes do Fórum enfatizaram o papel fundamental do Brasil tanto no âmbito diplomático, por meio da ONU e do grupo BRICS, quanto nas suas posições públicas em defesa dos direitos do povo palestino.
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O ex-chanceler reafirmou o compromisso do Brasil com a defesa da causa palestina, destacando que o governo brasileiro acompanha de perto a situação em Gaza e mantém esforços diplomáticos para alcançar uma solução justa que garanta os direitos do povo palestino.
As reuniões ocorreram em um momento de crescente mobilização internacional pelo fim da ofensiva contra Gaza, e o Fórum Latino-Palestino busca unificar as vozes de apoio à Palestina na América Latina, ampliando a pressão sobre os governos da região para que adotem posições mais firmes contra Israel e seus crimes contínuos.
Kelli Mafort e os representantes da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais reafirmaram compromisso com o diálogo e a cooperação para apoiar os direitos do povo palestino entre as causas justas que preocupam o Brasil. Eles também destacaram o papel essencial desempenhado por organizações não governamentais, como o Fórum Latino-Palestino, na promoção da conscientização pública e na defesa de políticas mais favoráveis à causa palestina.
Rumo a uma conferência latino-americana
A delegação também apresentou um panorama detalhado sobre as atividades do Fórum Latino-Palestino no Brasil e na América Latina, ressaltando seus esforços para mobilizar apoio popular e institucional à causa palestina por meio de eventos culturais e políticos, diálogos com figuras influentes na região e parcerias com movimentos sociais, sindicatos e parlamentares que defendem os direitos palestinos. O fórum destacou sua missão de manter a questão palestina em evidência no cenário político latino-americano, promovendo conferências, seminários e campanhas de conscientização voltadas a diversos setores da sociedade.
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Entre os projetos futuros planejados pelo fórum, as principais atividades apresentadas ao governo são a preparação de uma conferência de parlamentares latino-americanos em apoio à causa palestina no Brasil, visando coordenar esforços políticos e fortalecer o respaldo legislativo aos direitos palestinos; o desenvolvimento de projetos comunitários e humanitários para ampliar a conscientização sobre a questão palestina e fomentar a solidariedade entre os povos latino-americanos e os palestinos, por meio de iniciativas culturais e educacionais; o fortalecimento da cooperação com órgãos governamentais no Brasil e na América Latina para garantir que os diálogos sobre a Palestina continuem sendo uma prioridade nas agendas políticas regionais.