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Forças de Israel ateiam fogo em mesquita de Nablus, impedem oração da manhã

7 de março de 2025, às 16h43

Danos deixados por ataque incendiário de soldados israelenses a uma mesquita de Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 7 de março de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Forças da ocupação israelense invadiram uma série de mesquitas na Cidade Velha de Nablus, na Cisjordânia ocupada, na manhã desta sexta-feira (7), reportou o Centro de Informações da Palestina. Os ataques resultaram em um incêndio na Mesquita de al-Nasr, na praça matriz.

Soldados impediram também as orações da manhã, ao prenderem três pessoas.

Segundo testemunhas, o incêndio destruiu as acomodações do imã, além de danificar paredes e carpetes.

A Mesquita de al-Nasr é um dos principais sítios históricos de Nablus, construída na era romana, ainda como igreja, e convertida a mesquita em 1187.

Fontes relataram ainda incursões israelenses em diversos bairros de Nablus, em meio a ataques violentos com gás lacrimogêneo e munição real. Tropas ocupantes invadiram e revistaram casas, sem mandado ou prerrogativa.

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O Ministério de Recursos Religiosos da Autoridade Palestina (AP) condenou os ataques de Israel às mesquitas, em particular no contexto do Ramadã, mês sagrado para o Islã. 

Em nota, reportou a pasta: “Forças israelenses invadiram a Mesquita al-Nasr em Bab al-Saha, na Cidade Velha, nesta madrugada, atearam fogo às instalações e impediram que bombeiros municipais extinguissem as chamas”.

“O exército israelense conduziu também invasões a diversas mesquitas na Cidade Velha sem qualquer alerta, ao profanar seus interiores”, acrescentou.

Nasser al-Salman, diretor de Recursos Islâmicos de Nablus, lamentou o “ataque brutal” contra mesquitas: “Ações como essa não têm precedentes desde a Nakba [‘catástrofe’] de 1948 e refletem o flagrante desdém de Israel pelos parâmetros morais, religiosos e internacionais, que asseguram o direito ao culto e aos lugares sagrados”.

O ministério palestino reforçou apelos à comunidade internacional e grupos de direitos humanos para intervirem pelo fim dos “ataques bárbaros” a mesquitas, muitas delas patrimônio histórico da região.

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