O Conselho de Segurança das Nações Unidas expressou preocupação nesta quinta-feira (6) sobre tentativas de se estabelecer um “governo paralelo” no Sudão.
Em comunicado, o fórum pediu um “cessar-fogo permanente” no país, ao reafirmar sua soberania e integridade territorial e alertar que tais medidas agravariam o conflito em curso, entre o exército regular e ex-aliados paramilitares.
O órgão da ONU instou todas as partes em conflito que respeitem a lei internacional e destacou que todos os países-membros evitem “intervenções externas que alimentem o conflito e a instabilidade”.
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Em 20 de fevereiro, o governo sudanês em Cartum — sob gestão do exército — retirou de Nairóbi seu embaixador, Kamal Jabara, em protesto a reuniões realizadas no Quênia com forças políticas e líderes das Forças de Suporte Rápido (FSR) — bloco adversário —, no sentido de debater a possibilidade de um “governo paralelo”.
O Quênia defendeu sua posição, ao insistir que os encontros seriam parte de esforços para encontrar uma solução à guerra, em coordenação com a Organização das Nações Unidas e a União Africana.
O exército sudanês e as forças paramilitares travam violentas batalhas por território há quase dois anos, desde abril de 2023, com mais de 20 mil mortes e cerca de 15 milhões de deslocados e refugiados, segundo dados da ONU.
Pesquisas americanas estimam, no entanto, em torno de 130 mil mortos pela guerra.
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