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Conselho de Segurança expressa receios sobre ‘governo paralelo’ no Sudão

7 de março de 2025, às 17h28

Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, 25 de fevereiro de 2025 [Mostafa Bassim/Agência Anadolu]

O Conselho de Segurança das Nações Unidas expressou preocupação nesta quinta-feira (6) sobre tentativas de se estabelecer um “governo paralelo” no Sudão.

Em comunicado, o fórum pediu um “cessar-fogo permanente” no país, ao reafirmar sua soberania e integridade territorial e alertar que tais medidas agravariam o conflito em curso, entre o exército regular e ex-aliados paramilitares.

O órgão da ONU instou todas as partes em conflito que respeitem a lei internacional e destacou que todos os países-membros evitem “intervenções externas que alimentem o conflito e a instabilidade”.

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Em 20 de fevereiro, o governo sudanês em Cartum — sob gestão do exército — retirou de Nairóbi seu embaixador, Kamal Jabara, em protesto a reuniões realizadas no Quênia com forças políticas e líderes das Forças de Suporte Rápido (FSR) — bloco adversário —, no sentido de debater a possibilidade de um “governo paralelo”.

O Quênia defendeu sua posição, ao insistir que os encontros seriam parte de esforços para encontrar uma solução à guerra, em coordenação com a Organização das Nações Unidas e a União Africana.

O exército sudanês e as forças paramilitares travam violentas batalhas por território há quase dois anos, desde abril de 2023, com mais de 20 mil mortes e cerca de 15 milhões de deslocados e refugiados, segundo dados da ONU.

Pesquisas americanas estimam, no entanto, em torno de 130 mil mortos pela guerra.

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