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Israel emite ordens de demolição para 17 casas de refugiados palestinos

6 de março de 2025, às 10h45

Tratores israelenses no bairro de Manshiyya, no campo de refugiados de Nur Shams, na região de Tulkarm, no norte da Cisjordânia ocupada, em 1º de março de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Forças da ocupação israelense notificaram cidadãos palestina nesta quinta-feira (6) de intenções de demolição de 17 casas no campo de refugiados de Nur Shams, a leste de Tulkarm, na Cisjordânia ocupada. 

As recentes demolições no campo somam 28 residências à campanha israelense, reportou o Centro de Informações da Palestina.

De acordo com Nihad al-Shawish, oficial local, o regime colonial pretende demolir as casas no distrito de al-Manshiya sob pretexto de abrir uma nova estrada de terra que atravesse o campo, para fins militares.

As demolições em massa em Nur Shams, conduzidas pelo exército da ocupação, estão basicamente alterando a paisagem ao custo de dezenas de casas e infraestrutura civil estabelecida há décadas, explicou Shawish.

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O exército israelense deu aos moradores apenas duas horas e meia, a partir das 11h locais, para remover os pertences de suas casas.

Desde o início das operações em Nur Shams, há 25 dias, Israel tem invadido casas, detido e deslocado residentes e vandalizado ou destruído propriedades públicas e privadas.

O exército mantém ainda um rigoroso cerco ao campo, ao privar as famílias que permaneceram em suas casas de comida, água e medicamentos.

Mais de nove mil moradores, incluindo idosos e doentes, foram deslocados à força, sobretudo nos distritos de al-Maslakh, al-Manshiya, Jabel as-Salihin e al-Nasser.

Especialistas alertam que a recente campanha israelense de larga escala no norte da Cisjordânia tem o objetivo de limpeza étnica dos palestinos nativos — especialmente nos campos de refugiados.

As operações israelenses tiveram início no campo de refugiados de Jenin em 21 de janeiro e se expandiram desde então a Tulkarm, Nur Shams e al-Fari’ah.

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