A Corte Central de Haifa, no norte do território designado Israel, condenou um cidadão árabe-israelense — isto é, palestino dos territórios ocupados em 1948 — a quatro anos e meio de prisão por supostamente “colaborar com um elemento do Hamas”.
Tariq Daour, da cidade de Acre, foi detido em janeiro pelas Forças Especiais do regime ocupante, que impõem uma ditadura de facto aos palestinos de 1948.
Seu advogado confirmou à rede Al-Jarmaq News que o tribunal sentenciou Daour por supostamente contactar um agente estrangeiro filiado ao grupo palestino Hamas, em setembro de 2023, ainda antes da deflagração do genocídio em Gaza.
Conforme o advogado, embora tenha havido contato entre novembro e janeiro, o conteúdo das trocas não tinha natureza política.
“De acordo com o indiciamento, o Hamas ofereceu Tariq uma janela de colaboração, incluindo conduzir tarefas e recrutamento; todavia, a única coisa que fez, segundo o próprio indiciamento, foi obter uma pistola para uso pessoal”, ressaltou o advogado. “Tariq foi condenado com base nisso, após emenda dos termos de prisão”.
A defesa prometeu recorrer da pena: “Creio que esse caso não requer sentença, sobretudo pelo fato de que Tariq, de fato, recusou-se a cooperar com o Hamas”.
No contexto da escalada israelense que eclodiu na crise em Gaza, a partir do retorno de Benjamin Netanyahu ao poder, cidadãos árabe-israelenses vivenciaram aumentos em casos de abuso e perseguição do regime de apartheid.
A situação se agravou em paralelo ao genocídio em Gaza, com ataques policiais e prisões em massa.
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