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Netanyahu planeja rescindir cessar-fogo e retomar guerra em Gaza

21 de fevereiro de 2025, às 09h39

Soldados israelenses perto da fronteira com Gaza, em 5 de dezembro de 2024 [Amir Levy/Getty Images]

O governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, planeja intensificar suas operações militares contra a Faixa de Gaza sitiada, ao retomar os ataques após concluir a primeira fase do cessar-fogo, sem avançar à segunda fase, reportou nesta quinta-feira (20) uma fonte política ao Canal 14 da televisão israelense.

Segundo seu relato, Netanyahu pondera estender a primeira fase por duas semanas para assegurar a soltura do maior número de prisioneiros de guerra em custódia do Hamas, sobretudo sobreviventes, após 470 dias de bombardeios indiscriminados de Israel.

De acordo com a fonte, o cálculo político inclui a possibilidade de libertar levas adicionais de prisioneiros palestinos, para retomar a guerra.

Israel pretende encerrar as negociações e então lançar um ataque de larga escala “sem precedentes” contra Gaza, prosseguiu o relato. A fonte notou ainda que a ofensiva tem apoio do regime dos Estados Unidos de Donald Trump.

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“O plano envolve uma grande operação militar, incluindo envio considerável de forças de campo a áreas específicas de Gaza, após um tempo de descanso em meio à trégua em curso, junto de reforços substanciais americanos”, destacou a fonte.

O acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros continua em vigor desde 19 de janeiro, no entanto, sob violações militares e humanitárias por parte de Tel Aviv, em particular avalizadas pelo plano de limpeza étnica exposto por Trump.

Gaza permanece em ruínas, com 48 mil mortos, dois milhões de desabrigados e ao menos dez mil desaparecidos — provavelmente mortos sob os escombros.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

Netanyahu é foragido em 120 países, sob mandado de prisão aprovado em novembro pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), também em Haia, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

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