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Hamas insta cúpula árabe-islâmica a condenar planos de Trump para Gaza

14 de fevereiro de 2025, às 12h24

Conselho de Ministros de Relações Exteriores da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), em Jeddah, na Arábia Saudita, em 5 de março de 2024 [Arda Küçükkaya/Agência Anadolu]

O movimento palestino Hamas reivindicou nesta quinta-feira (13) da Cúpula Árabe e do encontro ministerial da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) — previstos para 27 de fevereiro — que rejeitem oficialmente o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para expulsar os palestinos de Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Agradecemos as posições de Egito, Jordânia, Arábia Saudita e todas as nações que se opõem à proposta de Trump de deslocamento à força”, destacou em nota o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, porta-voz do Hamas.

Conforme Qassem, ambas os encontros de alto escalão devem “assumir uma postura firme contra o plano de Trump e desenvolver uma estratégia conjunta árabe-islâmica para impedir sua implementação”.

“Os comentários de Trump refletem seu alinhamento com o governo israelense de extrema-direita”, acrescentou o porta-voz.

O presidente insiste há semanas na ideia de assumir controle de Gaza e transferir compulsoriamente seus habitantes palestinos a países vizinhos, após 470 dias de genocídio israelense que devastou a infraestrutura do território.

O oligarca supremacista sugeriu ainda investimentos imobiliários, ao descrever o território palestino como uma potencial “Riviera do Oriente Médio”.

Sua proposta, porém, teve como resposta condenação generalizada, desde palestinos e árabes a nações aliadas, como Canadá, França, Alemanha e Reino Unido. Na terça-feira (11), o Egito anunciou a preparação de um plano para reconstruir Gaza sem deslocar os palestinos.

Qassem alertou ainda para obstáculos impostos pela ocupação de Israel, sobretudo a assistência humanitária, que ameaçam a implementação plena do acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo em Gaza.

“O Hamas permanece comprometido em cumprir suas obrigações sob o acordo, conforme planejado”, comentou, ao instar seus interlocutores a também fazê-lo.

Nesta quinta, após dias de tensões, o Hamas anunciou a retomada do cronograma de libertação dos prisioneiros de guerra, neste fim de semana, via resolução de impasses pelos mediadores Egito e Catar.