Israel manteve sua campanha militar no sul do Líbano no que foi denunciado como “novas violações” do acordo de cessar-fogo com o movimento Hezbollah, reportou nesta quarta-feira (5) a agência de notícias Anadolu.
Segundo estatísticas compiladas por reportagem da agência, o total de violações do cessar-fogo por Israel chegou a 855 casos desde 27 de novembro de 2024, quando o acordo entrou em vigor.
Soldados da ocupação israelense, por exemplo, atearam fogo em diversas residências civis na aldeia de Rab Thalatheen, no distrito de Marjayoun da província de Nabatieh, no sul do Líbano.
Em Kfar Kila, no mesmo distrito, tropas coloniais conduziram uma “operação de demolição de larga escala”.
Mais cedo na quarta-feira, a imprensa estatal indicou que o exército do Líbano concluiu seu reposicionamento no sul do país, ao limpar destroços e reabrir estradas na zona de fronteira de Aita al-Shaab, no distrito de Sour.
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O acordo de novembro encerrou um ano de troca de disparos transfronteiriços entre Israel e Hezbollah, que escalou a invasão terrestre entre setembro e outubro de 2024, no contexto do genocídio em Gaza, com 47 mil mortos, 111 mil feridos e dois milhões de desabrigados pelas violações da ocupação.
Segundo o acordo, as forças israelenses teriam 60 dias para se retirar do sul do Líbano, à medida que o Hezbollah recuaria ao norte do rio Litani e o exército libanês avançaria ao sul para assegurar os termos.
Israel, no entanto, não cumpriu o prazo, previsto para 26 de janeiro. Conforme a Casa Branca, em comunicado posterior, o cronograma do acordo havia sido estendido a 18 de fevereiro.
Até então, as violações israelenses do cessar-fogo resultaram em 67 libaneses mortos e outros 263 feridos. No total, Israel matou 4.098 libaneses e feriu outros 16.888 desde 7 de outubro de 2023, quando deflagrou a catástrofe em Gaza.
Em torno de 1.4 milhão de pessoas foram deslocadas à força, sobretudo após a escalada das hostilidades a partir de atentados terroristas, atribuídos à agência israelense Mossad, em 23 de setembro.