Cerca de duas mil famílias palestinas foram deslocadas do campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, devido à ofensiva militar de Israel, ao longo desta semana, reportou Bashir Matahin, diretor de Relações Públicas da municipalidade.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
As famílias se espalharam por aldeias próximas, sob condições precárias, sem insumos básicos, reiterou Matahin. Segundo o oficial, a situação se agrava por restrições de movimento impostas por Israel a instituições públicas e não-governamentais.
“Registramos um deslocamento em larga escala antes de o exército da ocupação israelense proibir os residentes de deixarem o campo, após o anoitecer, e instrui-los a tentar novamente na manhã de quinta-feira”, observou Matahin.
Na quarta-feira (22), residente relataram à Anadolu que o exército israelense sitiou e isolou o campo, ao obrigar centenas a fugir a pé, incluindo idosos e doentes.
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Mohammad Jarar, prefeito de Jenin, corroborou que as forças ocupantes mantém evacuações compulsórias em bairros inteiros e advertiu para a possível destruição das áreas residenciais em questão.
O exército israelense mantém seu cerco e ataques de infantaria, incluindo veículos blindados, à Jenin e seu campo de refugiados, dias após firmar um cessar-fogo em Gaza. Ao menos dez palestinos foram mortos e 40 ficaram feridos.
Tensões nos territórios ocupados permanecem altas, após 15 meses de genocídio em Gaza, com 48 mil mortos, 110 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia, foram 870 mortos, 6.700 feridos e 11 mil palestinos presos arbitrariamente.
Em julho, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) admitiu, em decisão histórica, a ilegalidade das décadas de ocupação israelense nos territórios palestinos, ao instruir a evacuação imediata de colonos e soldados e reparação aos nativos.
Em setembro, a determinação consultiva evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com voto favorável de mais de dois terços dos Estados-membros.