Ataques aéreos israelenses mataram ao menos 113 palestinos desde o anúncio de um cessar-fogo com o movimento Hamas nesta quarta-feira (15), a ser implementado a partir de domingo (19), informou Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza.
Segundo a atualização oficial, os ataques mais recentes resultaram na morte de 31 mulheres e 28 crianças. Oitenta e sete mortes ocorreram no norte de Gaza, dezesseis no sul — catorze em Khan Younis e duas em Rafah — e dez na região central.
O surto de violência, às vésperas da anuência israelense ao acordo, deixaram também 264 feridos, embora os números devam aumentar conforme atualizações.
O Catar anunciou o acordo na quarta-feira para dar fim aos 15 meses de ataques israelenses a Gaza, com previsão de troca de cerca de 1.900 presos políticos palestinos por 33 prisioneiros de guerra israelenses, segundo a imprensa local.
O acordo foi aprovado nesta sexta-feira (17) pelo Gabinete de Segurança israelense, ao prometer também acesso humanitário a Gaza, sob catástrofe de fome devido ao cerco militar e aos bombardeios de Israel.
O anúncio antecede em pouco a troca na presidência dos Estados Unidos, do democrata Joe Biden ao republicano Donald Trump, que toma posse na segunda-feira (20).
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, como crime de punição coletiva e genocídio, desde outubro de 2023, deixando 46.800 mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
A retaliação israelense em Gaza levou o Estado colonial ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia de genocídio, registrada pela África do Sul e deferida em janeiro de 2024.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), corte-irmã que julga indivíduos, também em Haia, aprovou mandados de prisão, por crimes de guerra e lesa-humanidade, contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.
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