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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Advogada libertada após um ano expõe Israel por violência contra as mulheres

Advogada palestina Diyala Ayesh, presa por forças israelenses em 17 de janeiro de 2024, libertada em 16 de janeiro de 2025 [X/@IBAHRI]

A advogada palestina Diyala Ayesh, libertada após um ano nas cadeias de Israel, embora sem qualquer acusação, expôs a opressão diária imposta às mulheres em custódia, incluindo maus tratos e revistas abusivas.

Ayesh, presa por forças israelenses em um checkpoint militar em Belém, na Cisjordânia ocupada, em 17 de janeiro de 2024, falou à agência Anadolu sobre o sofrimento enfrentado pelas mulheres palestinas nas cadeias da ocupação.

Ayesh permaneceu presa no presídio de Damon por um ano, sob detenção administrativa — mecanismo oriundo da colonização britânica, que viabiliza o encarceramento de palestinos nativos sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.

A prática permite a Israel deter palestinos por períodos de um a seis meses, renováveis a até cinco anos sem qualquer tramitação legal, sob alegações de “segurança” e “confidencialidade” sobre acusações e eventuais evidências.

“Fiquei presa sem qualquer acusação, sob detenção administrativa, por um ano inteiro, até ser libertada ontem [quinta-feira, 16 de janeiro]”, destacou Ayesh.

Muitas outras mulheres, no entanto, permanecem aprisionadas, incluindo três de Gaza. Todas elas também aguardam sua liberdade.

“As mulheres detidas são submetidas a frequentes revistas abusivas”, detalhou a advogada. “Apesar disso, mantêm-se firmes, sem que nem a prisão, nem seus carcereiros consigam quebrar sua força de vontade”.

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“A prisão consiste em células de confinamento solitário”, acrescentou. “As condições são duríssimas. As prisioneiras são deixadas com nada senão suas roupas. A gestão carcerária lhes toma tudo. Em setembro, tomaram nossas colheres e xícaras. Devolveram algumas delas dias depois, mas nos disseram para dividir e fazer rodízio”.

Testemunhos de prisioneiros palestinos liberdades das cadeias e campos de concentração de Israel revelam casos endêmicos de tortura, negligência médica, abuso sexual e mesmo execução sumária, agravados no contexto do genocídio em Gaza.

Nesta sexta-feira (17), o Gabinete de Segurança de Israel aprovou um acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo em Gaza, na expectativa de que se libertem 1.977 presos políticos palestinos em troca de 33 prisioneiros de guerra em Gaza.

Conforme a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros palestina, o regime da ocupação israelense mantém hoje ao menos 10.400 palestinos em custódia, incluindo 600 sob pena perpétua.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro de 2023, em punição coletiva por uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados, deixando 46.800 palestinos mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Estima-se que a população carcerária palestina dobrou desde então.

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A retaliação israelense em Gaza levou o Estado colonial ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia de genocídio, registrada pela África do Sul e deferida em janeiro de 2024.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), corte-irmã que julga indivíduos, também em Haia, aprovou mandados de prisão, por crimes de guerra e lesa-humanidade, contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

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