Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Houthis no Iêmen prometem manter ataques caso Israel viole cessar-fogo

Abdulmalik al-Houthi, líder do grupo Ansar Allah, conhecido como houthis, discursa em Sanaa, no Iêmen, em 6 de fevereiro de 2024 [Mohammed Hamoud/Agência Anadolu]

Abdulmalik al-Houthi, líder do Ansar Allah, conhecido como houthis, reiterou nesta quinta-feira (16) que sua organização pretende monitorar a implementação do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas para dar fim ao genocídio em Gaza, informou a agência de notícias Reuters.

Segundo al-Houthi, caso Israel incorra em violações do cessar-fogo, o grupo iemenita retomará seus ataques a embarcações no Mar Vermelho, como embargo de facto contra o Estado ocupante e em solidariedade ao povo palestino.

“Seguimos observando os desenvolvimentos na Palestina desde os três dias que antecedem a implementação do acordo”, comentou al-Houthi em discurso à televisão. “Caso os massacres israelenses continuem, continuaremos nossas operações”.

“Em qualquer momento no qual a agressão rescinda o acordo, estaremos prontos para conceder novamente apoio militar a nossos irmãos”, acrescentou.

Os houthis atacaram mais de cem embarcações comerciais ligadas a Israel desde novembro de 2023, ao naufragar dois navios e confiscar outro.

LEIA: Houthis atacam ‘posto vital’ de Israel com míssil balístico e drones

Os ataques foram eficazes contra a economia israelense, ao forçar embarcações ocidentais a assumir a rota muito mais extensa e onerosa do Cabo da Boa Esperança, ao redor do continente africano, em vez do tradicional Canal de Suez.

Corporações, no entanto, mantêm cautela. “Dada a incerteza e fragilidade da situação, transportadoras devem preservar cuidados e monitorar de perto os avanços regionais”, explicou Laura-May Scott, sócia da firma de advocacia Reed Smith.

Os houthis mantiveram também ataques a Tel Aviv e outras cidades israelenses, com mísseis balísticos e drones militares. Israel e aliados responderam ao bombardear Sanaa e outras áreas do Iêmen, incluindo dois portos e uma usina elétrica.

Em dezembro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou a antever uma escalada contra o Iêmen, ao alegar que seus ataques seriam “apenas o começo” de uma campanha de larga escala contra o grupo houthi.

Na quarta-feira (15), o Catar anunciou um acordo de cessar-fogo em três fases, a partir de domingo (19), para encerrar os 15 meses de agressão israelense a Gaza.

O acordo antecede em pouco a troca na presidência dos Estados Unidos, do democrata Joe Biden ao republicano Donald Trump, que toma posse na segunda-feira (20).

LEIA: Houthis confirmam ataque a porta-aviões dos EUA e alvos em Israel

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, como crime de punição coletiva e genocídio, desde outubro de 2023, deixando 46.800 mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

A retaliação israelense em Gaza levou o Estado colonial ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia de genocídio, registrada pela África do Sul e deferida em janeiro de 2024.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), corte-irmã que julga indivíduos, também em Haia, aprovou mandados de prisão, por crimes de guerra e lesa-humanidade, contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Categorias
IêmenIsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments