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Mobilização militar na Líbia causa preocupação, indica ONU

23 de agosto de 2024, às 12h19

Bandeiras da Líbia na Praça dos Mártires, na capital Trípoli [Getty Images]

A Missão das Nações Unidas de Apoio na Líbia (Unsmil) reiterou nesta quinta-feira (22) apreensões sobre relatos de mobilização de forças militares na capital Trípoli, em meio a uma crise sobre o controle do Banco Central que parece sugerir novos combates.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Na segunda-feira (19), Stephanie Koury, vice-diretora da missão, advertiu ao Conselho de Segurança que a condição política e militar na Líbia se deteriorou rapidamente, nos últimos dois meses, incluindo mobilizações de facções armadas.

“A exibição de poderio militar e as confrontações em bairros densamente povoados são incidentes inaceitáveis, que ameaçam a vida e segurança dos civis”, comentou a missão em comunicado.

A mais recente rodada de tensões na Líbia resultou de esforços de facções políticas em depor o governador do Banco Central, Sadiq al-Kabir, incluindo mobilização armada de grupos rivais.

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A Líbia — nação mediterrânea com enormes reservas de petróleo — vive instabilidade desde 2011, com a queda do ditador Muammar Gaddafi por manifestações populares, sob intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O país se dividiu em 2014 entre grupos rivais no leste e oeste, ao eventualmente atrair atenção da Rússia e da Turquia.

Combates praticamente cessaram com um acordo de 2020, mas esforços para dar fim à crise política e conduzir eleições não avançaram, à medida que instituições adversárias disputam os copiosos recursos econômicos do país.

O leste da Líbia, onde fica o parlamento, é controlado pelo chamado Exército Nacional Líbio (ENL), do comandante Khalifa Haftar. Trípoli e o noroeste, em contraste, abrigam o Governo de União Nacional, reconhecido pelas Nações Unidas.

Entre julho e Agosto, as forças de Haftar voltaram a avançar ao sudoeste da Líbia.

Na última semana, o parlamento oriental votou pela destituição do Governo de União Nacional, ao reivindicar a posse de seu representante no executivo.

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