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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Chipre nega cooperação com Israel após alertas do Hezbollah

Apoiadores acompanham discurso televisionado de Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, na cidade de Beirute, no Líbano, em 3 de novembro de 2023 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

O Chipre rejeitou firmemente a possibilidade de cooperar com Israel em um potencial conflito que se espalhe pela região, após ameaças do grupo libanês Hezbollah. A nação insular do Mediterrâneo reiterou “neutralidade e compromisso com a paz”.

Na quarta-feira (19), o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, subiu o tom após oficiais israelenses anunciaram prontidão a uma “guerra total” no Líbano.

Segundo Nasrallah, “abrir aeroportos e bases cipriotas ao inimigo israelense, para que ataque o Líbano, implicaria o governo do Chipre como parte da guerra — a ser tratado como tal pela resistência [Hezbollah]”.

Nasrallah proclamou que, caso uma conflagração maior se consolide, “não haverá lugar seguro de nossos mísseis e drones”.

Em resposta, o porta-voz do governo greco-cipriota, Konstantinos Letymbiotis, afirmou à mídia local que “o Chipre não está envolvido e não se envolverá em qualquer guerra ou conflito” e que o país tem relações “excelentes” com o Líbano.

Letymbiotis prometeu ainda que seu território não será utilizado para ações militares.

LEIA: Israel declara prontidão para ‘guerra total’ no Líbano, Hezbollah sobe o tom

O presidente do Chipre, Nikos Christodoulides, descreveu o país como “pilar da paz” na região, ao reiterar esforços para estabelecer um corredor humanitário por mar à Faixa de Gaza — que, porém, tende a culminar no píer provisório dos Estados Unidos.

“O Chipre não é parte do problema … É parte da solução”, insistiu Christodoulides.

Contudo, as ameaças do Hezbollah trouxeram à tona o maior envolvimento da gestão greco-cipriota com Israel e Estados Unidos nos últimos anos.

O Chipre tem consentido a Israel usar seu espaço aéreo para exercícios militares, além de participar de exercícios conjuntos.

Dois anos atrás, o exército ocupante usou o Chipre para simular combates no território libanês, ao importar o maior contingente israelense enviado ao exterior para exercícios do tipo até então.

Segundo Hubert Faustmann, professor de ciências políticas da Universidade de Nicósia, no Chipre, os alertas do Hezbollah representam “a primeira ameaça séria ao país” e “o preço que o Chipre pode pagar por sua guinada pró-Israel nos últimos anos”.

Faustmann notou o equilíbrio delicado que o Chipre tem de manter: “Cipriotas jamais devem permitir que suas instalações ou seu território sejam empregues por Israel para confrontação armada, pois isso afetaria gravemente seu relacionamento com todos os outros países da região”.

LEIA: Nasrallah: ‘A batalha com Israel molda o futuro da Palestina e do Líbano’

Israel mantém ataques contra o sul do Líbano desde outubro, sob o pretexto de tentar dissuadir o influente grupo pró-Irã de intervir na guerra em Gaza.

Os disparos israelenses incluem fósforo branco, substância química proibida que causa queimaduras graves e destruição ambiental.

Mais de 400 pessoas foram mortas no Líbano, incluindo jornalistas e paramédicos. Ao menos 90 mil camponeses foram desabrigados no lado libanês, contra 60 mil colonos no norte israelense — estes abrigados em hotéis pagos por Tel Aviv.

A Casa Branca busca impedir, por vias diplomáticas, uma escalada ainda maior, alegou Amos Hochstein, enviado do governo americano para o Oriente Médio, em viagem ao Líbano, na terça-feira (18), após passagem por Israel.

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza há quase nove meses, deixando 37 mil mortos e 85 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, conforme denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro.

Em maio, a promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), na mesma cidade, pediu mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, junto de lideranças do movimento Hamas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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