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‘Netanyahu terá o destino de Hitler’, diz presidente da Turquia

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em Istambul, em 27 de maio de 2024 [Presidência da Turquia/Murat Kula/Anadolu Agency]

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou veementemente o massacre de Israel em Rafah, no extremo sul de Gaza, no último domingo (26), ao descrevê-lo como “revelação da face hedionda de um Estado terrorista”.

Para Erdogan, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seus associados nos crimes de guerra cometidos em Gaza “terão o mesmo destino de Adolf Hitler”, em referência ao líder nazista que encabeçou o Holocausto.

As declarações de Erdogan se somam a comentários prévios do presidente turco e outros chefes de Estado e governo da comunidade internacional, além de historiadores e outros especialistas, que corroboram similaridades entre a política de extermínio nazista e as ações em Gaza.

Durante evento no Centro de Conferência Adnan Menderes, em Istambul, Erdogan denunciou a morte de 36 mil pessoas em Gaza pelas ações de lideranças políticas e militares que descreveu como “assassinos e açougueiros”.

LEIA: Massacre israelense a refugiados de Rafah atrai condenação internacional

Outras 80 mil pessoas foram feridas no território sitiado, além de dois milhões de desabrigados sob fome generalizada. Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sob a denúncia da África do Sul. Além disso, o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, na semana passada.

O presidente turco mencionou ainda o “ataque criminoso de Israel” a um campo de refugiados em Rafah, em detrimento das ordens de Haia para suspender as ações na região.

Para Erdogan, “Netanyahu, nas cordas, e seus assassinos tentam se manter no poder através do massacre do povo palestino, à medida que fracassa em derrotar a resistência”.

“Netanyahu, no entanto, não poderá se salvar da infâmia de figuras como Milosevic, Karadzic e Hitler, a quem ele imita”, insistiu Erdogan, em referência, além do líder nazista, ao ex-presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, e ao ex-político sérvio, condenado pelo genocídio na Bósnia, Radovan Karadzic.

Erdogan reafirmou que a Turquia “fará tudo em seu poder para garantir que os bárbaros sejam levados à justiça pelos crimes que cometeram”. Seu governo rompeu relações comerciais com o Estado da ocupação israelense no início de maio.

Ao menos 45 pessoas foram mortas e outras dezenas foram feridas pelo ataque incendiário no domingo. Imagens gráficas de corpos carbonizados, inclusive crianças, circularam online.

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