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Justiça britânica absolve ativistas pró-Palestina por ‘vandalismo’ contra fábrica de armas

Ativistas da organização Palestine Action ocupam telhado de uma fábrica de arma filiada à Elbit Systems, que produz equipamentos ao exército de Israel, em Leicester, Inglaterra, 19 de maio de 20221 [Guy Smallman/PalestineAction]

Dois ativistas da organização Palestine Action foram absolvidos por unanimidade de acusações de “vandalismo” por um júri da cidade de Leicester, na Inglaterra, após uma hora e 40 minutos de deliberação.

Por seis dias, a partir de 19 de maio de 2021, no contexto de bombardeios israelenses a Gaza, quatro pessoas ocuparam o telhado de uma fábrica de armas da UAV Tactical Systems, filiada à companhia israelense Elbit Systems, em Leicester.

Como parte dos esforços de ação direta, os ativistas grafitaram palavras de ordem como “Feche a Elbit” e “Palestina Livre”; danificaram uma claraboia para a divulgação de drones militares; e mancharam a fachada do prédio com tinta vermelho-sangue.

A fábrica alegou custos de segurança adicionais de £40 mil desde o incidente, ao declarar £1.6 milhão em suposto prejuízo.

Três dias após o início da ação, dois dos quatro ativistas desceram do telhado para racionar água e comida. Os dois ativistas remanescentes foram indiciados.

LEIA: Os fabricantes dos drones mortais de Israel continuam a escapar da justiça britânica

Os réus explicaram que as ações da fábrica pertencem, majoritariamente, à companhia militar israelense Elbit Systems, incumbida de montar drones armados para o exército ocupante, então utilizados para as violações contra o povo palestino.

Ao mencionar relatórios das organizações Drone Wars e Human Rights Watch, a defesa reiterou os numerosos crimes de guerra conduzidos por meio de produtos da Elbit Systems, incluindo os massacres deliberados contra Cisjordânia e Gaza.

O júri também ouviu os relatos de como centenas de pessoas da comunidade local apoiaram a ação, incluindo indivíduos detidos pela polícia por tentar entregar água aos manifestantes.

A defesa argumentou que o protesto se tornou necessário para salvar vidas e evitar ainda maior dano a propriedades palestinas.

Ao encerrar o caso, Mira Hammad, afirmou ao júri: “As consequências de deixar de agir seriam a morte de ainda mais crianças, pais e avós na Palestina”. Para a advogada, priorizar os direitos de propriedade da Elbit Systems seria uma “cortina de fumaça para desumanização”.

A Palestine Action é uma rede de grupos e ativistas que adotam táticas de ação direta contra as fábricas de armas da Elbit Systems e outras empresas cúmplices do apartheid, da ocupação e da colonização da Palestina histórica.

Ativistas pedem que as fábricas israelenses no Reino Unido sejam fechadas.

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