Judeus da Austrália desmentem ‘ameaças’ nos atos estudantis pró-Palestina

O Conselho Judaico da Austrália rejeitou veementemente alegações de que os acampamentos universitários em solidariedade ao povo palestino, no contexto do genocídio israelense na Faixa de Gaza sitiada, impõem qualquer ameaça a estudantes e professores judeus.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em nota emitida neste domingo (28), a organização saudou os atos pró-Palestina que chegaram à Austrália na última semana, após manifestações que tomaram corpo em todo o território dos Estados Unidos, a partir da Universidade de Columbia, em Nova York, se internacionalizarem —chegando a França, Austrália e Egito.

“Como seus pares, os estudantes australianos pedem a suas instituições o fim das relações com as fabricantes de armas que possibilitam os crimes de Israel, assim como reivindicam de nosso governo que sancione o país e corte vínculos militares”, reiterou a nota.

“O Conselho Judaico da Austrália rechaça veementemente alegações de que esses protestos são uma ameaça a estudantes e trabalhadores judeus”, acrescentou. “Tentar silenciar ou censurar esses protestos ao acusá-los capciosamente de antissemitismo é um ato perigoso que — caso se materialize — põe em risco a liberdade de expressão nos campi”.

Elizabeth Strakosch, diretora executiva da organização judaica, alertou que o direito a protestos pacíficos é um princípio fundamental da liberdade democrática.

“Deveríamos ter orgulho de nossos estudantes, muitos deles judeus, que estão denunciando o genocídio em curso”, declarou Strakosch. “Os protestos estudantis contra o genocídio em Gaza são expressões legítimas do discurso político e do ativismo de direitos humanos”.

Nos Estados Unidos, a repressão policial apenas aumentou o volume de estudantes acampados em universidades de todo o país, entre as quais, Columbia, Yale e Harvard.

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Na França, estudantes ocuparam o prestigioso Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po) e a Universidade de Sorbonne.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 34.448 mortos e 77.643 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.

Oito mil pessoas estão desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, deferida em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, medicamentos ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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