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120 acadêmicos denunciam Israel por prender professora palestina

Professora Nadera Shalhoub-Kevorkian [Screengrab/Democracy Now]

Cerca de 120 acadêmicos de todo o mundo assinaram uma carta aberta em denúncia da prisão da célebre feminista palestina Nadera Shalhoub-Kevorkian, professora da Universidade Hebraica em Jerusalém ocupada, em sua residência na Cidade Velha, nesta quinta-feira (18).

Segundo a denúncia, a polícia invadiu e revistou sua casa, ao levá-la a um “interrogatório duro e desumanizante”. Segundo seu advogado, as acusações envolvem “incitação à violência” — parte de um código de repressão à dissidência utilizado pelo regime israelense de apartheid.

Shalhoub-Kevorkian, cidadã israelo-americana, de família palestina, é submetida a repressão e assédio na Universidade Hebraica, sobretudo após condenar o genocídio em curso na Faixa de Gaza, que matou 34 mil palestinos e feriu outros 76 mil até então.

Em março, a reitoria suspendeu Shalhoub-Kevorkian, contudo, sem embasamento às alegações, ao restabelecer sua cátedra pouco depois.

“O ataque à professora Shalhoub-Kevorkian está entre os inúmeros ataques a ativistas, alunos e professores palestinos que trouxeram à luz a natureza violenta e genocida do Estado de Israel”, reportaram os signatários.

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“Reconhecemos, portanto, essas ações como uma tentativa de silenciar as críticas à violência de Estado em um contexto de uma sociedade imbuída de discursos de aberta incitação genocida”, acrescentou a denúncia. “De fato, o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, celebrou sua prisão”.

Conforme Ben-Gvir, chefe do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judaico): “Quem quer que ataque o Estado de Israel enfrentará ações — não poderá se esconder atrás de sua posição ou de quaisquer outros títulos”.

Segundo os signatários, os esforços de censura e repressão “põem em risco a vida e a educação de alunos que integram a comunidade intelectual da Universidade Hebraica e além”.

A carta enfatizou que a reitoria é responsável pela prisão de Shalhoub-Kevorkian, “devido a sua persistente perseguição pública à liberdade acadêmica”.

Dentre os signatários estão: Rashid Khalidi, professor da cátedra Edward Said de Estudos Árabes da Universidade de Columbia; Raz Segal, professor de Estudos sobre Holocausto e Genocídio da Universidade de Stockton; Saree Makdisi, vencedor do Palestine Book Awards 2022 e professor de Literatura Inglesa da Universidade da Califórnia; Stephen Sheehi, professor de Estudos sobre Oriente Médio da Universidade Sultan Qaboos de Omã; Lara Sheehi, professora de Psicologia do Instituto de Graduação de Doha; Noura Erakat, professora de Estudos Africanos da Universidade de Rutgers; e Penny Green, professor da Universidade Queen Mary de Londres.

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