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Comandos iranianos apreendem navio israelense no Estreito de Hormuz

Funeral dos mortos por um ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, realizado em Teerã, em 4 de abril de 2024 [República do Irã/Agência Anadolu]
Funeral dos mortos por um ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, realizado em Teerã, em 4 de abril de 2024 [República do Irã/Agência Anadolu]

Comandos da Marinha do Irã apreenderam neste sábado (13) um navio de contêineres pertencente a um bilionário israelense, segundo informações da agência de notícias Anadolu.

De acordo com a emissora israelense Canal 14 e o jornal Times of Israel, a embarcação MSC Aries foi apreendida no Estreito de Hormuz. O navio, de bandeira portuguesa, pertence à companhia de navegação Zodiac Maritime, do oligarca israelense Eyal Ofer.

O Departamento de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO) confirmou em nota a apreensão de um navio na região por “autoridades regionais”; contudo, sem detalhes.

“Embarcações são aconselhadas a transitar com cautela e reportar atividades suspeitas”, acrescentou.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, foi o primeiro a comentar o incidente, ao acusar Teerã de “pirataria”.

LEIA: Restrições de acesso, atrasos e obstáculos continuam em Gaza, reporta OMS

“O regime do aiatolá [Ali] Khamenei é um regime criminoso que apoia o Hamas e agora conduz pirataria, em violação da lei internacional”, insistiu Katz, ao ignorar o genocídio perpetrado por Israel em Gaza.

“Peço à União Europeia e ao mundo livre [sic] que declarem imediatamente a Guarda Revolucionária do Irã como grupo terrorista e sancione o país”, destacou o chanceler.

Tensões entre Israel e Irã — incluindo grupos aliados — atingiram um novo ápice após o exército do Estado colonial sionista bombardear o consulado iraniano em Damasco, capital da Síria, deixando sete mortos, incluindo dois generais da Guarda Revolucionária.

Teerã prometeu responder.

Nesta sexta-feira, o grupo libanês Hezbollah disparou uma bateria de mísseis ao território considerado Israel.

Israel realiza ataques diários ao sul do Líbano desde a deflagração do genocídio a Gaza, incluindo com foguetes de fósforo branco — substância proibida que causa queimaduras graves e danos ao meio ambiente.

Além de Síria e Líbano, o exército israelense bombardeia regularmente partes do Iraque e Iêmen.

Há receios de propagação da guerra.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do braço armado do movimento Hamas, que capturou colonos e soldados. De acordo com o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que parte considerável das mortes se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 33.634 mortos e 76.214 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

Ao promover sua campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos de Gaza como “animais humanos”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Guerra contra Gaza – Não existe um eixo China-Rússia-Irã

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