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Restrições de acesso, atrasos e obstáculos continuam em Gaza, reporta OMS

Caminhões transportando suprimentos de ajuda para Gaza, que têm grande importância para os palestinos, são vistos enquanto o número de caminhões que passam para Gaza através da passagem de fronteira de Karem Abu Salem diminuiu significativamente devido à restrição das forças israelenses e dos grupos de extrema direita em Rafah, Gaza, em 17 de fevereiro de 2024 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Operações humanitárias em Gaza continuam a enfrentar restrições de acesso, atrasos, obstáculos e múltiplos perigos sob os bombardeios israelenses, reportou nesta sexta-feira (12) o médico Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os territórios palestinos ocupados.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“O mecanismo de desescalada não está funcionando”, reiterou Peeperkorn, em referência aos esforços para circundar os meses de conflito, cerco militar e subsequente crise de fome generalizada. “Entre meados de outubro e fim de março, mais da metade das missões da OMS foram indeferidas, impedidas ou adiadas”.

Em coletiva de imprensa em Genebra, Peeperkorn reiterou que Gaza, com 2.4 milhões de pessoas, somente 11 hospitais operam parcialmente — cinco ao norte e seis ao sul. Outros 25 hospitais pararam de funcionar.

Em 10 de abril, a OMS visitou o complexo médico Nasser, um dos maiores hospitais de Gaza, além do Hospital Al-Aqsa, na região central e Al-Khair, entre Rafah e Khan Yunis.

Segundo Peeperkorn, “os três hospitais estão completamente inoperantes devido à destruição oriunda dos ataques; as instalações carecem de oxigênio, água, luz e esgoto”.

“A devastação em Khan Yunis [no sul de Gaza] não é comparável a qualquer coisa que podemos imaginar”, comentou o médico. “Não há estradas ou edifícios intactos, apenas poeira e escombros. O depósito da OMS em Khan Yunis, por exemplo, está destruído devido aos ataques a seus arredores”.

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Jamie McGoldrick, coordenador humanitário das Nações Unidas em Gaza, corroborou a situação gravíssima do sistema de saúde.

“Como se sabe, somente dez dos 35 hospitais [de Gaza] estão funcionais, e quase dois terços das clínicas de saúde básica estão inoperantes”, alertou McGoldrick em coletiva à parte. “Enfrentamos, portanto, uma situação verdadeiramente dramática”.

“Além disso, em caso de incursão militar a Rafah, sabemos que há planos para evacuar 800 mil pessoas, muito embora não haja espaço para tanto”, explicou McGoldrick, em alusão às ameaças israelense de um ataque por terra à cidade na fronteira com o Egito, onde 1.5 milhão de refugiados estão abrigados.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do braço armado do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis

Em Gaza, são 33.634 mortos e 76.214 feridos, além de dois milhões de desabrigados.

Os ataques da ocupação israelense não pouparam escolas, hospitais, abrigos, rotas de fuga e mesmo comboios assistenciais.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

Ao promover sua campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos de Gaza como “animais humanos”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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