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Novo governo palestino deve preparar eleições, afirma Abbas

Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, posa para foto com novo gabinete de governo, em Ramallah, na Cisjordânia, em 31 de março de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O novo governo palestino, chefiado pelo primeiro-ministro Mohammed Mustafa, deve preparar-se para conduzir eleições legislativas e presidenciais em todas as províncias, sobretudo Jerusalém Oriental ocupada, declarou neste domingo (31) o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Os comentários de Abbas foram feitos durante a cerimônia de posse do novo governo, na noite de domingo, corroborados pela agência estatal Wafa.

Mustafa substituiu Mohammed Shtayyeh, que renunciou em fevereiro.

Segundo Abbas, “as tarefas [do novo governo] incluem unificar as instituições nacionais, maximizar a assistência humanitária e os esforços de reconstrução em Gaza e na Cisjordânia e restaurar a economia”.

“O governo deve se preparar também para eleições legislativas e presidenciais em todas as províncias de nossa terra, com Jerusalém Oriental na vanguarda”, prometeu Abbas, que comanda a Autoridade por quase duas décadas sem mandato eleitoral.

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A Autoridade Palestina é sediada em Ramallah, na Cisjordânia ocupada. O governo tem pouquíssimo poder decisório e autonomia bastante restrita, sob determinações do Acordo de Oslo, firmado em 1993 com Israel.

A Autoridade é dominada pelo partido Fatah, adversário político do grupo Hamas, que administra Gaza. O Fatah foi uma das partes a rejeitar os resultados eleitorais de 2006, que deram vitória ao Hamas, resultando na fragmentação política dos territórios palestinos e cerco militar israelense ao enclave costeiro.

A Autoridade carece tanto de apoio popular quanto de legitimidade entre os palestinos, que não votam há 18 anos. Suas políticas de cooperação com Israel são extremamente impopulares e levaram muitos palestinos a descrever a gestão como colaboracionista da ocupação.

Sob a gestão de Abbas, questões como status de Jerusalém ocupado e direito de retorno dos refugiados palestinos continuam em aberto.

Mustafa prometeu trabalhar para “permitir o processo de recuperação e os preparativos para reconstrução, cessar a agressão e as expansão dos assentamentos ilegais e combater o terrorismo colonial na Cisjordânia”.

Pesquisas recentes revelaram que a grande maioria dos palestinos quer a renúncia do presidente Abbas, de 88 anos. Não há indicativos de um eventual sucessor. Figuras populares entre os palestinos, como Marwan Barghouti, permanecem encarcerados por Israel.

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Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do braço armado do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis

Em Gaza, são 32.845 mortos e 75.392 feridos, além de dois milhões de desabrigados.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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