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Israel executou 13 crianças em Gaza em frente dos pais, denuncia ong

Corpos palestinos no necrotério do Hospital el-Najar, em Rafah, na Faixa de Gaza, em 21 de dezembro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Testemunhos coletados pelo Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo, ong radicada em Genebra, registraram a execução de crianças palestinas por forças israelenses em Gaza durante nova invasão ao Hospital al-Shifa, na última semana.

A ong confirmou “documentar a execução de ao menos 13 crianças pelas tropas ocupantes em al-Shifa e seus arredores”, ao receber “relatos e testemunhos idênticos sobre crimes cometidos contra crianças entre 4 e 16 anos de idade”.

Duas crianças — identificadas como Ali Islam Salouha e Saeed Mohammad Sheikha, de apenas nove e seis anos de idade, respectivamente — foram executadas “a sangue frio em frente a suas famílias e outras pessoas radicadas na área, baleadas deliberadamente com munição real”.

Segundo o Monitor Euromediterrâneo, algumas das vítimas foram cercadas por soldados dentro de suas casas ou abrigos, então fuziladas. Outras foram assassinadas em rotas de fuga descritas pelo exército israelense como “seguras” à evacuação civil.

“Os casos documentados de execução de crianças de Gaza materializam flagrante violação da lei internacional e constituem, por definição, crimes de guerra e lesa-humanidade”, reiterou a ong, “perpetrados em um contexto de crime de genocídio contra o povo palestino de Gaza, ao qual é submetido há seis meses”.

LEIA: Não há proteção contra genocídio na estrutura colonial do direito internacional

A denúncia enfatizou ainda que outros crimes hediondos foram cometidos na operação de uma semana contra al-Shifa e arredores, incluindo “assassinatos premeditados e execuções sumárias de civis palestinos”.

Organizações internacionais, incluindo agências das Nações Unidas e o Conselho de Segurança, pedem um cessar-fogo imediato em Gaza, incluindo acesso humanitário. Todavia, sem o aval de Israel. De acordo com a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), a fome “está por toda a parte”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.490 mortos e 74.889 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as mortes, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, emitida em 26 de janeiro, Israel mantém um cerco militar absoluto aos 2,4 milhões de pessoas em Gaza — sem água, comida, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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