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Sindicato dos Jornalistas de SP realiza curso ‘Genocídio: por trás do conceito’

 Palestinos caminham perto dos edifícios destruídos, devido aos ataques israelenses, enquanto a escala da destruição vem à tona após a retirada das forças israelenses do bairro de al-Zaytoun, Gaza, em 7 de março de 2024. [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) organizou o curso “Genocídio: por trás do conceito”, que se encerra em abril. A iniciativa é parte das atividades do Grupo de Trabalho (GT) Palestina da organização sindical.

As aulas, realizadas online entre 11 de março e 8 de abril, às segundas-feiras, abertas a jornalistas e estudantes, são ministradas por Mariana Boujikian, cientista social e mestra em antropologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Boujikian é pesquisadora sobre o genocídio armênio, que vitimou 1,5 milhão de pessoas entre 1915 e 1923, promovido pelo Império Turco-Otomano, autora do livro “Memórias de um Genocídio”, com foco na perspectiva das mulheres e combate ao negacionismo.

Entre as atividades, estão reportagens, entrevistas, exibições de filmes e debates.

Nesta terça-feira (26), às 16 horas, o sindicato abre a exposição de charges “Sinta-se em Gaza”, com uma roda de conversa sobre a Palestina, o papel dos cartunistas e a situação dos trabalhadores de imprensa na região.

LEIA: Guerra em Gaza: tortura, execuções, bebês deixados para morrer, abuso sexual… Esses são os crimes de Israel

A mostra — até 14 de abril — é realizada no Auditório Vladimir Herzog, na sede do sindicato, na Rua Rêgo Freitas, 530, Vila Buarque, perto do metrô República.

O sindicato, junto à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), age ainda para denunciar ataques e assassinatos conduzidos por Israel contra jornalistas palestinos e proteger profissionais brasileiros de perseguição política por entidades sionistas no país — entre os quais o escritor Breno Altman, de raízes judaicas, atacado por suas críticas à ocupação. 

Em 27 de fevereiro, a organização realizou um Ato contra o Massacre de Jornalistas Palestinos, reunindo entidades da área da comunicação, organizações políticas e representantes da comunidade palestina no Brasil, reivindicando ruptura das relações Brasil–Israel e denunciando os esforços de propaganda de guerra da imprensa corporativa no Ocidente.

Manifesto dos Jornalistas Brasileiros, lido durante ato no Sindicato dos Jornalistas SP, será encaminhado para o governo brasileiro repudiando o genocídio em curso na Faixa de Gaza e pedindo a adesão do Brasil ao boicote e ao desinvestimento contra o Estado de Israel [Cadu Bazilevski]

O sindicato prepara ainda um Dossiê sobre Gaza, com reportagens periódicas sobre os acontecimentos na região.

Para mais informações acesse o site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e suas redes sociais.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.333 mortos e 74.694 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, estão 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

De acordo com a rede de notícias Al Jazeera, conforme dados de 15 de março, corroborados pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas e pela Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), são mais de cem jornalistas mortos até então, incluindo ao menos 96 palestinos e três libaneses.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: À medida que a fome se aproxima em Gaza, as crianças estão ficando fracas e perdendo a capacidade física

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