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Polícia da Jordânia volta a reprimir protesto em frente a embaixada de Israel

Protesto em solidariedade a Gaza em Amã, capital da Jordânia, em 15 de março de 2024 [Laith Al-Jnaidi/Agência Anadolu]

A polícia de choque da Jordânia disparou gás lacrimogêneo para reprimir centenas de manifestantes que se encaminhavam à embaixada israelense em Amã, neste domingo (24), em denúncia às recentes invasões do Estado ocupante a hospitais em Gaza.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Autoridades jordanianas encaminharam policiais para dispersar uma congregação na Mesquita de al-Kalouti, que planejavam marchar à embaixada.

Manifestantes foram agredidos e presos ao tentar romper o cordão de isolamento.

A polícia da monarquia hachemita não comentou o caso até então.

O protesto marchou sob palavras de ordem como “Fora embaixada sionista da terra da Jordânia”, slogan que tomou corpo após o pouquíssimo popular tratado de normalização entre o reino e a ocupação, na década de 1990.

A embaixada é também ponto de encontro de atos contra Israel desde a deflagração do genocídio em Gaza. A Jordânia é um dos lugares do mundo árabe com as maiores manifestações contra a guerra, apesar da intensa repressão policial.

Muitos dos cidadãos da Jordânia — 12 milhões de pessoas — têm raízes palestinas e parentes nos territórios ocupados, sob escalada colonial israelense.

LEIA: Jordânia mantém repressão a ativistas solidários a Gaza

Autoridades dizem permitir os protestos, mas conter tentativas de invasão à embaixada, insurreição civil ou travessia de fronteira rumo à Cisjordânia e ao território considerado Israel — isto é, ocupado em 1948 mediante limpeza étnica, na ocasião conhecida como Nakba, ou “catástrofe” palestina. Centenas de ativistas foram presos.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 32.333 palestinos mortos e 74.694 feridos desde 7 de outubro, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de pessoas desabrigadas pelas ações de Israel. Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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