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Exército de Israel e Shin Bet admitem que nenhum líder foi preso no Hospital Al-Shifa

Foto: Uma vista aérea do Hospital Al-Shifa, onde os palestinos estão abrigados e tentando sobreviver em condições difíceis devido aos contínuos ataques israelenses na Cidade de Gaza, Gaza, em 10 de dezembro de 2023 [Abdulqader Sabbah/Agência Anadolu]
Foto: Uma vista aérea do Hospital Al-Shifa, onde os palestinos estão abrigados e tentando sobreviver em condições difíceis devido aos contínuos ataques israelenses na Cidade de Gaza, Gaza, em 10 de dezembro de 2023 [Abdulqader Sabbah/Agência Anadolu]

O exército israelense e o Shin Bet publicaram relatórios duvidosos sobre a operação militar no Complexo Médico Al-Shifa, em Gaza, que está em andamento desde a noite do último domingo, bem como sobre a morte de dezenas de palestinos no local, alegando que líderes “muito graduados” das Brigadas Al-Qassam haviam sido presos. No entanto, na sexta-feira (22), o exército israelense retirou a campanha de desinformação.

Após o anúncio das prisões de líderes de alta patente, o exército israelense afirmou que não poderia publicar suas identidades no momento. Na quinta-feira, publicou fotos de centenas de palestinos que, segundo ele, foram presos no complexo médico.

A divulgação das fotos criou a impressão de que o exército israelense estava sendo enganoso para justificar o ataque ao maior complexo médico da Faixa de Gaza e o martírio de dezenas de palestinos. Entre as fotos publicadas estava a do comandante de operações das Brigadas Al-Qassam, Raed Saad. No entanto, posteriormente, o exército anunciou que Saad não havia sido preso, de acordo com relatos da mídia israelense.

Para encobrir seu fracasso, o exército israelense e o Shin Bet publicaram uma declaração conjunta dizendo que a publicação de uma foto de Saad como se ele estivesse entre os detidos foi resultado de um “erro humano”. Eles também afirmaram que o anúncio de sua prisão não foi uma desinformação intencional.

A declaração conjunta observou: “Devido a um erro humano, há várias fotos no gráfico de terroristas que ainda não foram capturados, mas que, de acordo com as informações que temos, estão no hospital e estão escondidos lá”, acrescentando que as forças do exército israelense continuam seus esforços para prendê-los e fornecerão as identidades de todos os capturados assim que a operação terminar.

Além disso, negou-se que a colagem de fotos que publicou tenha sido uma tentativa de “guerra psicológica”.

O exército israelense prevê que Saad ainda está presente no complexo Al-Shifa, mas isso não foi confirmado, de acordo com o site Ynet.

Parece que o exército israelense está promovendo essa alegação em uma tentativa de encobrir seus crimes na guerra em Gaza, pois acredita que a prisão de Saad seria uma “grande conquista na guerra”, de acordo com o Ynet.

Saad é descrito como um dos “homens-sombra” da ala militar do Hamas, assim como o comandante das Brigadas Al-Qassam, Marwan Issa, que Israel tentou assassinar na semana passada ao atingir um túnel no campo de Nuseirat com um ataque aéreo. No entanto, seu destino permanece desconhecido, e o Hamas ainda não anunciou sua morte.

Israel descreveu Saad durante o ataque a Gaza em 2021 como parte do “quarteto de liderança” que gerenciava a luta contra Israel, juntamente com Issa, o líder do Hamas na Faixa de Gaza Yahya Sinwar e o comandante das Brigadas Al-Qassam Mohammed Deif.

O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, anunciou que 500 palestinos haviam sido presos no complexo médico, alegando que todos eram “suspeitos” e que 358 deles eram combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica.

LEIA: “Os crimes de Israel em Gaza podem ocupar o TPI por 50 anos”, afirma relatora da ONU

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