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‘Perderam a guerra mesmo se entrarem em Rafah’, diz Nasrallah a Israel

Apoiadores assistem discurso de Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, em Beirute, em 3 de novembro de 2023 [Houssam Shbaro/Anadolu Agency]
Apoiadores assistem discurso de Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, em Beirute, em 3 de novembro de 2023 [Houssam Shbaro/Anadolu Agency]

“Israel não conseguiu uma única vitória, não alcançou sequer um de seus objetivos”, reafirmou Hassan Nasrallah, secretário-geral do movimento libanês Hezbollah, em pronunciamento público realizado na noite desta quarta-feira (13).

O discurso de Nasrallah coincide com uma escalada na fronteira. Analistas alertam para a possibilidade de uma deflagração regional.

“Até mesmo especialistas israelenses reconhecem as perdas impostas pela resistência”, declarou Nasrallah. “Após cinco meses de combates, Israel não conseguiu uma única vitória, não alcançou sequer um de seus objetivos”.

“Diante do massacre, da destruição e do martírio”, acrescentou, “o povo de Gaza continua a resistir, com força e coragem. O que acontece em Gaza é uma lição ao mundo”.

Nasrallah citou nominalmente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seus planos de invasão a Rafah, no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito.

“Netanyahu diz que perderão a guerra caso não ataquem a Rafah. Digo a Netanyahu: perderam a guerra mesmo se entrarem em Rafah. Israel não pode eliminar o Hamas ou a resistência palestina, apesar de todos os seus massacres. O povo de Gaza não se renderá, mas sim abraçará a resistência”, reafirmou Nasrallah.

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O político libanês reforçou os fracassos militares de Israel: “Qual foi o primeiro e maior objetivo anunciado por Israel no início da guerra? Derrotar o Hamas. Hoje, estamos no sexto mês da ofensiva. E com quem eles negociam? Com o Hamas”.

Segundo Nasrallah, o Hamas negocia “em nome de todas as facções da resistência … não de uma posição de fraqueza, mas ao pôr condições … para dar fim à agressão, em vez de meramente aceitar um cessar-fogo temporário”.

Nasrallah comentou da escalada no sul do Líbano: “Recentemente, a fúria do inimigo aumentou, assim como de seus colonos, devido às persistentes operações de resistência … Nosso front realiza seu dever nesta batalha. O desespero dos colonos é maior do que o nosso”.

Nasrallah, no entanto, instou lideranças a “ouvir os apelos de oficiais e especialistas que dizem que os soldados israelenses estão pagando um preço alto” e que o Estado ocupante está efetivamente “omitindo perdas de tanques e soldados”.

“O inimigo está exausto em todos os fronts”, concluiu Nasrallah. “A vitória vem àqueles que são pacientes e resilientes — só precisa de tempo. A sociedade [israelense] está também se exaurindo e será forçada a parar a agressão e reconhecer a derrota”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 31.272 mortos, 73.024 feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.

Desde então, o exército israelense conduz disparos a aldeias e cidades no sul do Líbano, com intuito de “dissuadir” o Hezbollah de intervir na guerra.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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