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Israel admite matar palestino após ‘confundir’ bicicleta com lança-foguetes

13 de março de 2024, às 14h38

Palestinos deixam suas casas no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, em meio aos bombardeios israelenses, em 20 de fevereiro de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

O exército israelense admitiu que um palestino morto por suas tropas em Gaza, por supostamente carregar um “lança-foguetes”, tinha em mãos, na verdade, uma bicicleta.

O exército ocupante publicou no domingo (10) o vídeo de um ataque a drone contra dois homens que caminhavam pelas ruínas do bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza.

Ao justificar o ataque, Tel Aviv alegou que uma das vítimas carregava uma arma. Todavia, questionado por um jornalista da agência de notícias Anadolu, um porta-voz do exército admitiu que o homem carregava apenas uma bicicleta.

Segundo o porta-voz, a área é “zona de guerra”, tomada por confrontos com elementos do movimento palestino Hamas. Ao tentar justificar a execução sumária, o porta-voz afirmou ainda que a rota em que estavam os homens fora utilizada para tráfico de armas e disparos.

O gabinete de imprensa em Israel desculpou-se pelos assassinatos, ao alegar ter chegado a uma “conclusão equivocada” que levou ao ataque.

Israel mantém sua ofensiva a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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