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‘Arte é só uma das maneiras de trazer as histórias à luz’, diz ilustrador palestino

No reino da arte, cores servem como mensageiros, reunindo contos de luta, resiliência e esperança. Omar, ilustrador palestino, surgiu assim como uma voz poderosa, ao utilizar a arte digital para contar as histórias de seu povo. “Queria que minha arte representasse a luta palestina”, comenta o ilustrador.

No campo da arte, as cores servem como mensageiras, transmitindo histórias de luta, resiliência e esperança. O ilustrador palestino Omar surgiu como uma voz poderosa no uso de ilustrações digitais para contar a história de seu povo. “Eu realmente queria que minha arte representasse a luta palestina”, diz Omar.

A jornada artística de Omar ganhou um impulso significativo desde 7 de outubro de 2023, quando seus seguidores no Instagram passaram de 500 para mais de 24.000 em apenas cinco meses. Esse aumento na atenção fez com que Omar refletisse sobre as mensagens que desejava transmitir por meio de sua arte.

“Seria injusto da minha parte me concentrar na destruição e apenas nessa parte do que eles estão vivenciando, quando isso exige muita energia e muita força de alguém que vive isso, mas eles são resilientes, estão encontrando o lado bom”, disse ele ao MEMO, acrescentando que procura conectar a situação dos palestinos a lutas globais mais amplas ao longo da história e em todo o mundo.

O uso deliberado de cores vibrantes por Omar, mesmo quando retrata cenas trágicas, serve como uma representação visual de esperança e resiliência para o povo palestino. Apesar das atrocidades e dos massacres, a paleta de cores escolhida por Omar, ele explica, tem como objetivo transmitir que a vida persiste e que os palestinos encontrarão maneiras de viver, lidar com a situação e seguir em frente.

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As cenas coloridas ilustradas contrastam amplamente com o aspecto sombrio das situações retratadas. É uma escolha deliberada para lembrar aos espectadores que a vida continua, mesmo depois de tragédias e atrocidades, e para manter a esperança no futuro.

Omar acredita que, ao destacar os aspectos positivos da luta, ele pode inspirar outras pessoas a continuar lutando por mudanças e justiça. No entanto, ele está preocupado com o futuro. A arte, para ele, não é apenas um meio de expressão; é uma arma para manter histórias e questões vivas, evitando que caiam na obscuridade.

Ao expressar sua preocupação com as possíveis consequências de um cessar-fogo, Omar fala sobre o perigo de as pessoas esquecerem as violações do direito internacional, o genocídio e os crimes de guerra de Israel que vêm ocorrendo em Gaza nos últimos meses. Ele enfatiza a necessidade de manter o ímpeto de pressionar por mudanças, já que os políticos costumam contar com o enfraquecimento da atenção do público para continuar com suas ações sem controle.

Seu compromisso com a causa é evidente em sua decisão de não vender sua arte ou aceitar doações. Todas as suas ilustrações são acessíveis para demonstrações, exposições e uso por ativistas. “Disponibilizei a maior parte da arte em um site”, disse ele, expressando relutância em até mesmo pedir doações. Em vez disso, ele incentiva as pessoas a usarem sua arte para fins significativos, como demonstrações ou exposições.

A jornada artística de Omar destaca o poder transformador da arte em amplificar vozes, promover a esperança e manter a conscientização sobre questões sociais críticas. Por meio de suas ilustrações coloridas e comoventes, ele se esforça para garantir que o mundo não se esqueça das lutas enfrentadas pelo povo palestino, promovendo uma mensagem de resiliência, esperança e a busca contínua por justiça.

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