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Chefe da OMS revela ‘descobertas sinistras’ após visita da agência ao norte de Gaza

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Bruxelas, Bélgica, 11 de outubro de 2023 [Thierry Monasse/Getty Images]
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Bruxelas, Bélgica, 11 de outubro de 2023 [Thierry Monasse/Getty Images]

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), reportou que delegações de sua agência que visitaram o norte de Gaza, no fim de semana, se depararam com “descobertas sinistras”, em uma região assolada por fome e doenças após cinco meses de agressão israelense.

Conforme o relato, publicado na rede social X (Twitter), as equipes encontraram “níveis severos de desnutrição, crianças morrendo de fome, hospitais destruídos e grave escassez de alimentos, insumos médicos e combustível”.

Tedros confirmou que a visita é a primeira da agência desde outubro, apesar de “esforços para obter acesso regular ao norte de Gaza”.

“A situação é especialmente chocante no Hospital al-Awda, cujo prédio foi destruído”, advertiu. “Kamal Adwan é o único hospital de pediatria no norte de Gaza, lotado de pacientes. A falta de alimentos resultou nas mortes de ao menos dez crianças. A falta de eletricidade impõe ameaça grave aos pacientes, sobretudo em áreas críticas como terapia intensiva e neonatal”.

Segundo Tedros, suas equipes conseguiram entregar 9.500 litros de combustível a cada um dos hospitais e alguns insumos de saúde. No entanto, “é apenas uma fração das demandas urgentes para salvar vidas”.

“Apelamos a Israel para que permita que a assistência humanitária seja entregue com segurança e regularidade. Civis, sobretudo crianças, assim como equipes médicas precisam de maior ajuda imediatamente. Mas o remédio essencial a todos os pacientes é a paz. Cessar-fogo já”, concluiu Tedros.

Israel mantém um cerco absoluto a Gaza desde 7 de outubro, somado a ataques por ar e terra, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados.

Ao promover o embargo — sem comida, água ou medicamentos —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”.

Desde então, ao menos 30.534 palestinos foram mortos e 71.920 ficaram feridos — em maioria, mulheres e crianças. Cerca de 85% da população de Gaza — ou dois milhões de pessoas — foi desabrigada.

Na quinta-feira (29), forças israelenses abriram fogo contra uma multidão de palestinos famintos que aguardavam um comboio humanitário na via al-Rashid, a oeste da Cidade de Gaza. Mais de cem pessoas morreram e outras 760 ficaram feridas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

 LEIA: Aviões dos EUA lançam ajuda a Gaza, críticos denunciam ação ‘ineficaz’

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