Responsabilidade sobre ‘massacre da farinha’ recai a Israel, alerta Europa

Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, em Beirute, Líbano, em 6 de janeiro de 2024 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, fez um apelo por uma “investigação internacional imparcial” sobre o que descreveu como “eventos trágicos” em Gaza, em alusão ao massacre perpetrado por tropas israelenses contra palestinos que se aglomeravam em torno de um comboio assistencial.

O incidente, no qual 117 pessoas morreram e 760 ficaram feridas, na Cidade de Gaza, destruída pela guerra, ficou conhecido como “massacre da farinha” e reforçou o enfoque à crise de fome que assola Gaza, sob cerco israelense.

“Em todo caso, é responsabilidade de Israel cumprir as normas da lei internacional e proteger a distribuição de assistência humanitária à população civil”, comentou Borrell em comunicado. “A responsabilidade repousa sobre as restrições do exército e a obstrução de violentos extremistas ao abastecimento humanitário”.

“Trata-se de um incidente gravíssimo que revela que as restrições de entrada humanitária criam escassez, fome e doenças, mas também um grau de desespero que incorre em caos”.

Borrell descreveu o ataque contra civis à espera de alimentos como “injustificável”, somando-se à crise diplomática que orbita Israel.

“Pedimos uma investigação internacional imparcial sobre este trágico evento para obtermos um retrato claro dos acontecimentos e de sua responsabilidade”, acrescentou Borrell, ao pedir a Tel Aviv que “coopere absolutamente” com as Nações Unidas e outras organizações.

“Condenamos as restrições impostas por Israel ao fluxo humanitário e à abertura dos pontos de travessia”, insistiu o diplomata-chefe da Europa, ao pedir a desobstrução urgente das travessias de Erez e Karni, além do porto de Ashdod, à ajuda humanitária.

Borrell sugeriu também a formação de um corredor direto a partir da Jordânia.

“É urgente uma pausa humanitária, levando a um cessar-fogo duradouro”, concluiu Borrell.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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