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Israel mantém limpeza étnica na Palestina ocupada, confirma relatora da ONU

Francesca Albanese em Ariano Irpino, na Itália, em 3 de janeiro de 2024 [Ivan Romano/Getty Images]

Francesca Albanese, relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, reafirmou nesta quarta-feira (7) que Israel jamais respeitou a lei internacional desde 1967.

Albanese confirmou sua avaliação de que o Estado ocupante mantém atos de limpeza étnica na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém.

Sobre Gaza, Albanese enfatizou que a fome enfrentada pelos palestinos locais não tem paralelo no mundo, de modo que são essenciais medidas para impedir atos de genocídio no território.

“Quanto mais atrasarem a ajuda humanitária e um cessar-fogo, maior será o número de baixas na Faixa de Gaza”, advertiu a oficial da ONU.

Albanese destacou que Israel decidiu ignorar as ordens do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, para prevenir genocídio e permitir a assistência, ao intensificar, no entanto, a morte de civis nas últimas semanas.

LEIA: A crise de financiamento da UNRWA e o futuro humanitário de Gaza

A relatora pediu aos países do mundo que imponham pressão a Israel, ao suspender transações comerciais devido ao genocídio.

Sobre a recente campanha israelense contra a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Albanese expressou choque que alguns Estados-membros de Haia decidiram suspender doações, em vez de utilizar sua influência para impedir os massacres cometidos por Israel na Faixa de Gaza.

No mesmo dia do veredito em Haia, Israel acusou 12 indivíduos — de 30 mil funcionários — da UNRWA de participar dos ataques do Hamas de 7 de outubro; porém, sem provas. Ainda assim, Estados Unidos e outros países cortaram doações em um momento crítico para os palestinos de Gaza, sob um surto de fome e doenças.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há 120 dias, deixando ao menos 27.708 mortos e 67.147 feridos, além de dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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