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Unilever sofre queda nas vendas na Indonésia em meio a boicote a Israel

Pasta de dente Pepsodent, produto da Unilever na Indonésia, em um supermercado de Jacarta, em 20 de maio de 2009 [Dimas Ardian/Bloomberg via Getty Images]

A corporação britânica Unilever confirmou nesta quinta-feira (8) que seu crescimento de quatro trimestres no Sudeste Asiático foi afetado por uma campanha de boicote na Indonésia a marcas multinacionais “em resposta à situação geopolítica no Oriente Médio”.

As informações são da agência de notícias Reuters.

A fabricante do sabonete Dove, do caldo Knorr e do sorvete Ben & Jerry’s está entre as diversas empresas ocidentais que vivenciam protesto e boicote por seu posicionamento pró-Israel — em particular, nos países de maioria islâmica.

O McDonald’s reportou nesta semana não ter alcançado suas metas trimestrais de vendas pela primeira vez em quase quatro anos, em parte devido ao boicote oriundo dos ataques israelenses a Gaza e Cisjordânia. Segundo a marca, a situação teve “impacto considerável” na performance em alguns mercados no exterior.

A Indonésia abriga mais de 200 milhões de muçulmanos, culminando em queda de dois dígitos nas vendas de produtos Unilever, segundo a própria empresa.’

LEIA: McDonald’s admite ‘impacto significativo nos negócios’ sob esforços de boicote

Hein Schumacher, CEO da Unilever, disse que a corporação “não vê impactos materiais a outras redes de abastecimento”, muito embora haja impacto quantitativo devido à crise na Palestina e às operações relacionadas do grupo houthi, no Mar Vermelho, contra embarcações com destino a Israel.

“Há algumas interrupções, obviamente, para alguns ingredientes e remessas; portanto, há certo atraso, mas que eu não descreveria como material”, declarou Schumacher a jornalistas, no que pareceu uma tentativa para acalmar os acionistas.

“Trabalhamos com grandes transportadoras e estamos cientes de que elas estão adotando rotas mais extensas”, acrescentou, em alusão ao circuito mais oneroso do Cabo da Boa Esperança — isto é, ao redor do continente africano.

Schumacher insistiu que os produtos e materiais da Unilever tem fontes locais e regionais, para os mercados onde são comercializados.

Em janeiro, o conselho da Ben & Jerry’s, parte da corporação Unilever, pediu abertamente um cessar-fogo em Gaza. Em julho de 2021, a marca de sorvetes anunciou interromper suas vendas nos assentamentos ilegais na Cisjordânia e em Jerusalém, ao descrevê-los como “inconsistentes com nossos valores”.

Israel lançou sua ofensiva a Gaza em 7 de outubro, deixando 27.708 mortos e 67.174 feridos até então. Cerca de 85% da população foi deslocada à força e 60% da infraestrutura civil do enclave foi destruída, conforme dados das Nações Unidas.

 

As agressões israelenses, incluindo pogroms na Cisjordânia ocupada, conferiram nova tração à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) em escala global, com impacto notável a empresas como Unilever, McDonald’s e Starbucks.

A fabricante esportiva Puma, neste mesmo contexto, confirmou não renovar seu contrato com a seleção nacional de futebol de Israel.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

 

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