Israel destruiu 30% de Gaza, confirmam imagens por satélite da ONU

Vista aérea da destruição causada pelos bombardeios israelenses à Cidade de Gaza, em 25 de novembro de 2023 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

Imagens do Centro de Satélites das Nações Unidas (Unosat) confirmaram que cerca de 30% dos edifícios de Gaza foram destruídos ou severamente danificados pela ofensiva de Israel contra o enclave palestino densamente povoado, segundo informações da agência Reuters.

Ataques aéreos e campanhas de demolição por terra destruíram bairros inteiros e grande parte da infraestrutura civil.

“No total, um índice aterrador de 69.147 estruturas, ou aproximadamente 30% dos edifícios em Gaza, foi afetado”, declarou a Unosat.

Segundo as informações, ao menos 22.131 estruturas foram completamente destruídas, 14.066 sofreram graves danos e 32.950 sofreram danos moderados sob os ataques de Israel.

A Unosat recorreu a imagens compiladas entre 6 e 7 de janeiro, ao compará-las com outros seis períodos, incluindo datas anteriores à recente ofensiva de Israel.

Conforme as evidências, a Cidade de Gaza, na região central, e Khan Yunis, ao sul, foram as mais afetadas, com 10.280 e 11.894 edifícios destruídos ou danificados, respectivamente.

Segundo a análise, estima-se 93.800 unidades habitacionais afetadas em Gaza.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação à Operação Tempestade de Al-Aqsa — ação transfronteiriça que capturou 253 colonos e soldados.

Segundo índices israelenses, 1.200 pessoas foram mortas na ocasião. No entanto, desde então, uma reportagem investigativa do jornal Haaretz revelou que boa parte das vítimas foi executada por “fogo amigo”, sob ordens diretas do exército para impedir a captura de reféns.

Em menos de 120 dias, Israel matou, no entanto, 27 mil palestinos de Gaza e feriu outros 66 mil, em ampla maioria mulheres e crianças. Nas últimas 24 horas, foram 112 mortos. Milhares, não obstante, continuam desaparecidos sob os escombros — provavelmente mortos.

Aeronaves israelenses não pouparam escolas, hospitais, abrigos ou mesmo rotas de fuga. Cerca de 85% da população de Gaza — ou dois milhões de pessoas — estão desabrigadas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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