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Palestinos sequestrados por Israel mostram graves sinais de tortura

Kassam Avar e seu irmão Nasralla se reúnem com seus pais após serem libertados das cadeias de Israel, como parte de um acordo de troca de prisioneiros, em Jerusalém ocupada, em 26 de novembro de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Testemunhos coletados de diversos palestinos detidos arbitrariamente por forças israelenses em Khan Yunis, no sul de Gaza, então levados a localidades desconhecidas, conferem detalhes aos casos de grave tortura física e psicológica empregues contra eles pelo Serviço Penitenciário de Israel (SPI).

Os presos foram libertados nesta quinta-feira (1°) na zona meridional de Rafah, na fronteira com o Egito. Todos mostraram sinais evidentes de tortura e espancamento em seus corpos, incluindo nos pés, pernas e braços.

Conforme Mahmoud al-Nabulsi, um dos cidadãos sequestrados: “O exército [israelense] entrou na minha casa no bairro de Al-Amal em Khan Yunis. Eu lhes disse que estava doente e não podia me mexer. Me levaram a uma casa demolida e então a um centro de detenção em Israel. Fiquei na prisão por dez dias”.

“Todos os dias, me torturavam e me batiam”, acrescentou. “Eu nunca sofri tortura na vida. Eles usam os piores métodos possíveis contra nós”.

“Se continuasse na prisão por mais dois dias, teria morrido. Eles me perguntavam sobre túneis e reféns e eu lhes dizia a verdade: não sei de nada. Tenho 70 anos de idade”, reafirmou al-Nabulsi. “Na prisão, ficamos quatro dias sem nada para beber. Eles derramavam água no chão, na nossa frente, para nos torturar com a sede”.

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Khaled al-Nabris relatou: “Quando saímos de Khan Yunis, caminhamos pela estrada à beira-mar. Ao passarmos por um checkpoint, fui sequestrado pelas forças de Israel. Nos levaram à prisão e nos submeteram a grave tortura. Nos cobriram com cobertores encharcados e nos deixaram no frio, com fome e sede”.

“Então, o exército me levou para outro lugar. Fui submetido a vários tipos de tortura”, recordou al-Nabris. “Cada lugar torturava diferente. Um oficial me bateu na cabeça e, quando me queixei, bateu ainda mais. Eu não conseguia dormir por causa do frio”.

“Além da tortura física, nos impunham enorme humilhação psicológica … insultos e coisas mais”, lembrou al-Nabris. “Os presos eram submetidos a tortura sobre tortura, atacados por cachorros assim que conseguiam dormir”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 27 mil mortos e 65 mil feridos, em maioria mulheres e crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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