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Após houthis do Iêmen, grupos iraquianos anunciam embargo a Israel

Protesto no Iraque retoma bandeira utilizada antes da invasão dos Estados Unidos e aliados ao país [Mohammed Huwais/AFP via Getty Images]

Um proeminente grupo armado iraquiano, as Brigadas Sayyid al-Shuhada, anunciou nesta terça-feira (23) sua adesão ao que caracterizou como a segunda fase da resistência nacional contra o genocídio em Gaza, incluindo um bloqueio naval contra o Israel no Mar Mediterrâneo.

Em postagem na rede social X (Twitter), declarou o secretário-geral da organização, Abu Ala al-Walaei: “Em um momento no qual a criminosa ocupação americana mais uma vez ataca nossas forças de segurança, instamos os mujahideen [combatentes] da resistência islâmica no Iraque a dar início à segunda fase de suas operações”.

Segundo a nota, as ações incluem “um bloqueio à navegação sionista no Mar Mediterrâneo”.

“O usurpador está fora de eixo”, acrescentou al-Walaei, “e continuaremos até que o injusto sítio a Gaza tenha fim e até que cessem os horrendos massacres sionistas contra nossos irmãos”.

O anúncio coincide com a confirmação de que a resistência iraquiana lançou drones militares ao porto israelense de Ashdod, além de reivindicar mísseis lançados a uma base americana na Síria — supostamente pela terceira vez.

Grupos locais estão avançando em suas operações contra bases americanas na Síria e no Iraque, além de esforços contra a guerra israelense a Gaza. A economia ocupante já sofre o impacto do embargo naval imposto pelos houthis iemenitas no Mar Vermelho.

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Os houthis — ligados ao Irã, assim como os grupos iraquianos — confiscaram embarcações com destino ou origem de Israel, resultando em uma queda de 85% nas atividades do porto de Eilat, no sul do Estado sionista, desde o início das operações.

Previamente, Mahdi al-Mashat, chefe do Supremo Conselho Político sediado em Sanaa, capital do Iêmen, reiterou que suas ações de solidariedade ao “povo oprimido de Gaza” continuarão, a despeito de ataques e ameaças de Estados Unidos, Grã-Bretanha e aliados ao país.

O Mar Vermelho registrou queda de 22% do tráfego naval em apenas um mês, como resultado das operações houthis, que viralizaram online. Espera-se, porém, ainda maior queda, confirmou o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

A retaliação americana, em defesa de corporações multibilionárias que tiveram de apelar à rota mais extensa e onerosa do Cabo da Boa Esperança, incitou temores de disseminação da guerra, incluindo alarde no continente europeu.

Apesar do impacto econômico oriundo do Mar Vermelho, um embargo iraquiano impõe ainda mais riscos a Israel, cujo comércio depende em grande parte dos portos mediterrâneos de Haifa e Ashdod.

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Em dezembro, o exército israelense alegou abater um drone perto do Líbano, após a resistência iraquiana anunciar um ataque a drone à estação de gás natural de Karish, também administrada pelo Estado ocupante.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, com apoio de Washington, Londres, Berlim e outros, deixando mais de 25 mil mortos, 60 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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