Ataques israelenses criam pico de deslocamento na Cisjordânia, alerta ONU

Cerca de 750 palestinos foram expulsos de suas casas e terras na Cisjordânia ocupada desde 7 de outubro, como resultado direto das agressões israelenses e da subsequente destruição de suas casas, confirmou em relatório o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Ataques israelenses a Nur Shams e outros campos de refugiados na região de Tulkarm, entre 17 e 18 de janeiro, causaram danos a residências e instalações civis, além de deixar mortos e feridos.

“Ao menos 21 casas se tornaram inabitáveis por bombas e tratores, causando deslocamento de 137 pessoas, incluindo 46 crianças”, detalhou o relatório. “Entre 7 de outubro de 2023 e 21 de janeiro de 2024, ao menos 739 palestinos, incluindo 309 crianças, foram deslocados, conforme a destruição de 115 casas durante operações conduzidas pelas forças israelenses em toda a Cisjordânia”.

“Ao menos 198 famílias palestinas, totalizando 1.208 pessoas, incluindo 586 crianças, foram deslocados pela violência colonial e restrições de acesso”,

acrescentou. “Os lares deslocados pertencem a ao menos 15 comunidades beduínas ou pastoris”.

“Outros 479 palestinos, incluindo 239 crianças, foram deslocados após a demolição de suas casas, sob justificativa de falta de alvarás de construção emitidos por Israel na Área C e em Jerusalém Oriental, que são praticamente impossíveis de obter”.

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Israel controla a construção civil palestina na Cisjordânia por meio da retenção de alvarás, ao demolir casas que julga arbitrariamente irregulares. A Área C, em particular, é alvo das ações de limpeza étnica de Israel — que visam expulsar a população nativa —, sob controle militar e administrativo da ocupação mediante os termos dos Acordos de Oslo.

Desde 7 de outubro, Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, deixando mais de 25 mil mortos, 60 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, colonos e soldados avançaram em suas incursões militares e pogroms contra aldeias, cidades e campos de refugiados, ao dobrar a população carcerária palestina, com ao menos 6.170 novos detidos desde outubro.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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