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Ataques israelenses criam pico de deslocamento na Cisjordânia, alerta ONU

Destruição deixada por ataques israelenses ao campo de refugiados de Nur Shams, em Tulkarm, na Cisjordânia ocupada, em 18 de janeiro de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Cerca de 750 palestinos foram expulsos de suas casas e terras na Cisjordânia ocupada desde 7 de outubro, como resultado direto das agressões israelenses e da subsequente destruição de suas casas, confirmou em relatório o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Ataques israelenses a Nur Shams e outros campos de refugiados na região de Tulkarm, entre 17 e 18 de janeiro, causaram danos a residências e instalações civis, além de deixar mortos e feridos.

“Ao menos 21 casas se tornaram inabitáveis por bombas e tratores, causando deslocamento de 137 pessoas, incluindo 46 crianças”, detalhou o relatório. “Entre 7 de outubro de 2023 e 21 de janeiro de 2024, ao menos 739 palestinos, incluindo 309 crianças, foram deslocados, conforme a destruição de 115 casas durante operações conduzidas pelas forças israelenses em toda a Cisjordânia”.

“Ao menos 198 famílias palestinas, totalizando 1.208 pessoas, incluindo 586 crianças, foram deslocados pela violência colonial e restrições de acesso”,

acrescentou. “Os lares deslocados pertencem a ao menos 15 comunidades beduínas ou pastoris”.

“Outros 479 palestinos, incluindo 239 crianças, foram deslocados após a demolição de suas casas, sob justificativa de falta de alvarás de construção emitidos por Israel na Área C e em Jerusalém Oriental, que são praticamente impossíveis de obter”.

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Israel controla a construção civil palestina na Cisjordânia por meio da retenção de alvarás, ao demolir casas que julga arbitrariamente irregulares. A Área C, em particular, é alvo das ações de limpeza étnica de Israel — que visam expulsar a população nativa —, sob controle militar e administrativo da ocupação mediante os termos dos Acordos de Oslo.

Desde 7 de outubro, Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, deixando mais de 25 mil mortos, 60 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, colonos e soldados avançaram em suas incursões militares e pogroms contra aldeias, cidades e campos de refugiados, ao dobrar a população carcerária palestina, com ao menos 6.170 novos detidos desde outubro.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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